terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Do teu corpo. De encontro ao meu, que urge em ter-(te), sem demoras, que a vida é tão breve para desperdiçar minutos. Desses breves lapsos temporais, tão ínfimos, tão perfeitamente nossos. Desse vício que és tu, que me desassossega o coração e as prioridades. Vício bom, então.
Os astros alinham-se para nós. Para o (nosso) tão grande amor. Para a calma que me devolves.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Natal é família. Lareira acesa. Saúde. Conversas descontraídas. E muito, muito amor!

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

sobre a minhas wishlist

As pessoas já me desejam boas festas e as prendas que eu mais quiser debaixo da árvore. No meu interior eu já sei que tenho todas as prendas, T-U-D-O! A melhor família do mundo, o meu amor, a saúde, o trabalho que eu gosto.
Permitam-se apenas, então, ser um bocadinho fútil (por momentos).

Esta Chanel fofinha, em vermelho.
 Uma Louis Vuitton alma, azul.
 Um Swatch branco.
 Estas Hunter by Jimmy Choo 
 Casaco comprido preto, da Salsa, AW 11/12


Um Labrador Golden Retrivier!

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Eu gosto muito daquilo que faço, a sério que gosto. Da forma como os turnos fluem, sem darmos pelo tempo passar, das muitas pessoas fascinantes que conheço, da forma como me quero tornar uma profissional cada vez mais competente.
Portanto, venha sempre daí muito trabalho. Mesmo que o mesmo inclua fazer noites.

domingo, 11 de dezembro de 2011

É quando me dizes, antes de adormecer, o quanto me amas, que a minha certeza sobre o nosso futuro luminoso se intensifica e que a nossa distância física se evapora. É quando me prendes no teu abraço, no teu peito, no teu colo, que eu sei que mais ninguém me vai saber proteger como tu. 
É quando o amor (se) nos aparece assim, avassalador, que somos verdadeiramente nós.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

De como já faz 3 anos desde que estive em Erasmus

Estive ali no google street view a ver o prédio onde vivi durante 3 meses, em Oviedo. Estive a percorrer a Calle Uria, a matar saudades dos nossos percursos nocturnos, do hospital onde estagiei, da central de autocarros que nos viam chegar e partir. Estive à porta dos bares, a olhar o Jardim de São Francisco, a ma babar-me pelas inúmeras lojas, pela padaria que tinha aquele pão estaladiço e bolos tão bonitos (nunca chegámos a provar). 
Foi uma aventura muito boa. Três miúdas que não conhecia bem e com quem fui muito feliz. Uma cidade muito fria, onde de vez em quando nevava. Enfermeiros espectaculares e preocupados connosco. Quatro dias de estágio seguidos de fins-de-semana prolongados onde íamos conhecer mais. O chocolate quente com churros (e eu não gosto de churros). As saudades e a distância.
No fim de tudo, uma experiência inesquecível.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Das minhas noites

que começam às 9h da manhã. Como hoje. Gosto da sensação de chegar a casa quando toda a gente está a sair. Gosto de ver nascer o sol no hospital, na janela específica onde assisto em primeira fila. Gosto de me deitar após um banho bem quente, de sentir o cansaço a turvar-me a consciência, de pensar que estou a adormecer rapidamente. Ou de quando vou a conduzir até à minha real casa, de antecipar os abraços que vou dar aos que me são queridos, de pensar que após um almoço saboroso preparado pela avó vou dormir toda a tarde.
Nós, os freaks, que fazemos turnos, que não temos fins-de-semana certos, que temos de optar por ficar de folga no Natal ou na passagem de ano, que temos folga quando mais ninguém tem, também temos de ter alguma vantagem. E a única vantagem que tiro das noites é quando o relógio marca as 8h para passarmos o turno. Aí, apesar do cansaço, da dislexia, da hipoactividade, sou outra. Aí esqueço o quanto me custou sair de casa, enfrentar o frio e o sono, fardar-me num espaço gelado, enfrentar os corredores desertos e os utentes desorientados. 

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

E tu que já tens cabelos brancos.
O engraçado disso é que se traduz numa longevidade tua e minha que parece irreal. E eu comecei a fazer contas aos anos em que eu e tu passamos a ser amigos. E não é assim à tanto tempo, são para aí oito anos.
E a coisa engraçada é que eu já não nos reconheço na adolescência, no período conturbado em que esbarrámos e nos sentimentos que daí resultaram. Tenho memórias vagas, tenho registos escritos, mas apenas isso. Sei de uma verdade inquestionável, amei-te. Da forma platónica que se ama aos dezassete ou dezoito anos, mas eu tinha certeza daquilo, de que era para todo o sempre. Tonta.
Portanto, ver-nos envelhecer é engraçado. As certezas absolutas esbateram-se. Tudo agora é tão diferente, tão melhor, tão cheio daquela amizade que não precisa de ser dita, que não requer cafés periódicos. 
E é isto.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Do meu prazer de ler

Que é (quase) sempre intenso. De quando compro O livro novo sem nunca me preocupar demais com o dinheiro investido. De quando vislumbro a minha modesta biblioteca e me aquece o coração aquela herança de mim para mim própria. De como sou tão de letras, de como me entendo bem com elas. Como gosto dos fins de dia bem quentinha com um bom livro. Daqueles que, quando terminam, nos fazem sentir órfãos de palavras.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Dia de cortar caracóis

Hoje foi o dia de cortar cabelo. Uma vez por ano obrigo-me a cortar as pontas e é sempre um dia muito adiado, muito cheio de aborrecimento, muito tudo menos apetite para ir ao cabeleireiro. Já não me lembro do ano em que cortei radicalmente o cabelo, devia ter uns doze/treze anos. Desde aí é um cresce a ver se se nota, mas com caracóis parece que o tamanho é sempre o mesmo. Portanto é compreensível a minha aversão em ver os meus ricos rolinhos ali no chão. E não se pense que tenho o cabelo gigante, não tenho. Nem se pense que não se nota quando corto porque isto é efeito elástico e com um centímetro a menos, os caracóis encolhem e parece menos dez!

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

do meu sono

Tenho sono, sou birrenta com sono e dormir é uma coisa que me assiste em larga escala. E isto de trabalhar à noite e ir directamente para as aulas, saltando uma noite de sono é coisa de nunca mais se conseguir recuperar. Fiz isso esta semana e hoje saí novamente da noite. Perspectivo dormir 12horas seguidas, bem quentinha no edredon de penas e acordar com o sol a dourar as paredes do quarto. Estamos em modo fim-de-semana.

domingo, 20 de novembro de 2011

eu sei que é cliché

sei mesmo. Sei que já li isto algures. Mas tens uma sítio no teu peito onde eu encaixo perfeitamente. Ambos o sentimos. Ali, do teu lado esquerdo, pertinho do teu coração.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Tenho tantos trabalhos para fazer que aposto que os professores adivinharam que tenho uma semana de férias. E não vale dizer que isto é uma seca, que devia estar a colocar a leitura em dia e as séries em ordem. Ninguém me mandou voltar à escola.

sábado, 5 de novembro de 2011

Tu vens sempre quando me pressentes triste. Não faças disto um prenúncio porque eu já não posso passar para esse lado.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Para a Ana

Escrevo-te com saudade na ponta dos dedos, para que cada palavra te chegue sentida. Para que saibas que estás sempre comigo, que o meu pensamento voa muitas vezes até Itália e me faz admirar-te cada vez mais.
Não vou mentir. Há dias em que me apetece ir-te buscar e resgatar todos os nossos momentos desde o décimo ano, para culminar nos anos felizes da faculdade no nosso sexto trás. Quatro anos intensos que já passaram e, por vezes, nem dá para acreditar que já nada volta. Frequentemente sou egoísta ao pensar que podias estar a trabalhar aqui comigo e com a nossa D. e ao perguntar-me como decidiste escolher esse caminho. Mas quem sou eu para questionar tão nobre desígnio?
Minha pequena libelinha, muitos parabéns! Tens o mundo numa mão e o futuro na outra enquanto os sonhos andam ali no ar, em jeito de malabarismo como sempre gostaste de fazer. Portanto, só espero que conjugues tudo da melhor forma, da forma que mais te preencher e que, a tua Missão, seja essencialmente a de seres feliz. O meu orgulho em ti é tanto quanto a saudade, mas eu sei que quando te voltar a abraçar, amanha ou, mais provavelmente, daqui a um ou dois anos, vai ser como se nunca nos tivéssemos separado...

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

deito-me nesta cama desproporcional para um só corpo. não sei se é mais vasta do que fria, não sei mesmo. é-me desusual, sou uma forasteira num mundo de ilusão de óptica, o que é uma metáfora para explicar que estou em casa sem reconhecer este como o meu lugar.
quero (te) partilhar aqui. quero a realidade que é minha e que hoje teima em tardar. é sempre assim, preciso do hábito.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

I'm in paradise

com o novo álbum dos Coldplay. É assim para lá de bom. Como eu gosto destes fins-de-noite bem passados. Como eu gosto de Aqui estar.
Por hoje é tudo.

domingo, 23 de outubro de 2011

É tão bom quando me abraças com ternura na ponta dos dedos!

sábado, 22 de outubro de 2011

Da única parte positiva de perdermos o verão

Já não podia ver a mesma roupa estival à frente. No final de julho decidi que não haveria de gastar mais dinheiro em roupa de verão e assim cumpri. Para o ano as modas mudam e tinha de rentabilizar o que tinha. Pois que assim aconteceu mas quase que não cumpria porque já achava que tinha feito todas as combinações possíveis e usado tudo muitas vezes. Assim estamos melhores.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

A modos que andamos assim, a correr, literalmente.

domingo, 16 de outubro de 2011

O bonito disto, que não é isto, mas que é qualquer coisa para além disso, é que eu sei que eras capaz de correr alguns alfarrabistas para me encontrares o livro que sinto falta. É ternurento. 

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Note to self

Apraz-me que possa ser essa fatal irreverência que te leva a tocar por notas desconhecidas a banda sonora da minha existência. Como se a cada uma delas me fizesses um corte inciso por todo o corpo. Como se dançasses comigo sem me tocar e me segurasses com um suspiro de cansaço. Como se, no final, me deixasses morrer com silêncios, sabendo que nunca nenhum final seria tão perfeito.
Porque me prendes com todos os pormenores, tão somente dessa forma desconcertante. Porque me trazes livros vazios. Porque estás sempre lá e, afinal, eu não te encontro utilidade.

domingo, 9 de outubro de 2011





[Mais um / menos um] domingo se esvai, como o sol outonal apressado.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Quem precisa de literatura romântica se pode viver muito mais do que isso? Hoje, penso apenas que vais chegar e tens guardado para mim um abraço forte, imiscuido com o teu perfume e um beijo prolongado. Que me vais prender no teu peito, naquele lugar especial onde me encaixo perfeitamente. Penso nisso, não apenas, mas essencialmente. 

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Parece que sim, que vem aí mais trabalho mas este, intelectual, sem remuneração mensal mas com propinas fixas a serem debitadas da minha conta. Dizem que vantagens não existem, que é um erro, que blá blá blá whiskas saquetas e formação na minha área não é reconhecida. Só quero, acima de tudo, continuar a trabalhar naquilo que gosto e tentar equilibrar as coisas. E realmente aprender, muito.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Ainda do facebook

Sou só eu que considera que enviar os parabéns pelo facebook é assim algo de muito parvo? O que é que custa  ver ali de lado que a pessoa faz anos e dizer-lhe algo banal, do género "muitos parabéns, beijinhos, tenho saudades"? Fica-se com a consciência tranquila? Pois eu acho que  isso é tão insignificante, tão mesquinho! Por vezes nem conhecemos a pessoa, nem lhe dizemos nada à anos e, depois, escreve-se ali um lugar comum e pronto, assunto resolvido e somos os maiores da nossa aldeia.
É tão bom quando alguém se lembra que fazemos anos, que sabe que aquele dia é nosso! Eu sou esquecida mas orgulho-me que das pessoas importantes que de mim fazem parte, nunca foi preciso um facebook ou uma lembrança no telemóvel. Mas isso sou eu, claro, que nasci no século passado.

domingo, 2 de outubro de 2011

Quero dizer apenas que me consola ficar assim, com um livro no regaço, uma ou outra descoberta musical no ouvido, fotos de futuras viagens, sonhos que trago tão grandes que não me cabem nos pensamentos. Se num dia o meu coração me aflige, hoje permite-me apenas saborear estas coisas, tão imensamente insignificantes quanto perfeitamente válidas.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Se podia trabalhar sem café?

Podia mas não confiava na minha atenção. Acordo-me com um café, mais outro e um último. Toda a noite me senti inquieta, desperta, a pensar no que devia e não devia, a aterrorizar-me com medos e inseguranças. Insónia inicial que me deixou dormir umas duas ou três horas e me fez abusar em café para manter o meu profissionalismo. Não ter sono é um sufoco impressionante. Estar cansada, saber que tinha 6 horas para dormir e a manhã no serviço não ia ser fácil. E nada. Só maus pensamentos, só reviravoltas na cama, calor e frio, vontade de ter um diazepam e relaxar profundamente. E depois pensar que existem milhares de pessoas que sofrem isto todos os dias, que tomam medicação e não surte efeito, sequer.
Dá que pensar.
 

domingo, 25 de setembro de 2011

Eu quero dizer .te. que um chá quente me incendiou a alma e as palavras, enquanto me encolho debaixo de uma manta quente. Abandono-me na minha cabeça, às voltas e voltas, sem saber as coordenadas do destino, nem sequer o destino, quanto mais. Vou buscar um livro, um livro ajuda-me sempre a arrumar fantasmas.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Do horário nobre na tv

São 22h e, para quem, a maior parte do tempo, tem apenas os 4 canais generalistas, não encontra nada que valha a pena. A não ser o Pedro Granger a apresentar o "Elo mais Fraco", mas isso é outra história. Valha-me o Dexter, que anda aqui no computador à minha espera.

domingo, 18 de setembro de 2011

Eu sou uma pessoa de sol, de azul e de dias de verão. Mas com as pessoas certas, sou de todas as estações e de todos os tempos.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Do 'tal'

Podemos passar a vida à procura, em rostos alheios, do tal. Aquele que sonhamos e que merecemos. Podemos contentar-nos com menos, fingir que encontramos, inclusive acreditar que é aquele mesmo. Podemos bater com a cabeça na parede várias vezes, maldizer o nosso azar, chorar desalmadamente. Podemos afirmar que nos tornamos descrentes no amor, que não acreditamos em finais felizes. Um dia tudo muda. Tudo muda mesmo, ao ponto de haver um antes e um depois do "tal" aparecer. 

terça-feira, 6 de setembro de 2011

My twin

Na pausa da manhã, que tem de ser sempre (muito) breve, tive daquelas surpresas em forma de gente, que me brindou com um sorriso enorme, me abraçou (sem se importar com a minha farda cheia de bactérias e vírus) e me disse que estava linda com aquela maquilhagem. Ainda tive direito a uma nata para comer (mesmo a calhar). Se ela não é a minha soulmate, então é um anjo.

domingo, 4 de setembro de 2011

O medo assiste-me

Do silêncio fazem parte os meus batimentos cardíacos. A minha bradicardia quando, a medo, deambulo pelos corredores escuros, pela rua escura, pela casa sem luz. Quando os pensamentos impensáveis me revelam que é tudo uma questão de sorte, de azar, um jogo demoníaco entre nós e nós mesmos. Entre a música alta que espanta agoiros e a calma terrorífica que nos acelera a respiração.
Não é que não goste de estar sozinha, porque me tenho a mim para aturar. Não gosto é de estar muito tempo sozinha com os meus medos.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Foi por esta altura que, em 2007, nos conhecemos. Desde aí, nunca mais tive sossego no coração. E ainda bem.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Dos lugares onde sou feliz

Voltei de um dos sítios que me faz feliz. Porque não voltar aos sítios onde fomos felizes? Aos sítios que nos continuam a encher a alma de amarelo límpido e nos fazem acreditar que tudo é possível? E desta vez foi ainda melhor porque levei mais gente que gostava e que passei a gostar. Foi bom. Férias assim, ainda que tenham passado de forma tão veloz, valem um ano inteiro de trabalho, de saudades, de inquietações, de distância. Queria mais, quero sempre mais. Obrigada, acima de tudo.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Quebro o meu corpo no teu em mil momentos de nada e uns tantos outros de coisa nenhuma. Quebro-me assim, depois de tanta construção e teoria, sem querer mais nada do que a tua paciência para me reconstruir. 
Sou vidro opaco, vermelho sangue. Confundem-se os estilhaços com esse líquido que me preenche. Portanto tem cuidado, não te magoes. Não o fiz de propósito. Precisava apenas que me colasses as ideias, num match poit com o meu corpo. Precisava que me arrumasses. Obrigada e bom trabalho.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Diário de uma (noite) Enfermeira #5

Estavas com as pupilas dilatadas. Os teus olhos tão abertos, tão esbugalhados. Fixos em lado nenhum. Estavas sudorética. Mas os teus olhos. Os teus olhos não me saem da cabeça. Gritei o teu nome. Chamei-te. Abanei-te. E continuavas na tua letargia. Não era possível, deixei-te a dormir e tinha-te exorcizado os fantasmas. Como podias estar assim? Pensei em tudo e fiz-te a picada no dedo. Os teus diabetes estavam-te a matar. Como te estão matar desde os oito anos de idade. És tão nova ainda e já tão revoltada, tão doente, nem tu sabes o quanto. 
Glicose a 5% directa na corrente sanguínea. Soro glicosado e devolvo-te a vida. Mastaste-me de susto, miúda. Mais 5 minutos e tinha-te perdido. Tremo agora. Mas salvei-te. Salvei-te da ignorância que teimas em manter porque queres sempre controlar tudo. Apeteceu-me gritar-te para nunca mais andares a administrar a insulina que queres sem o nosso conhecimento. Apeteceu-me mas em vez disso passei-te a mão no rosto e devolvi-te o sono. 

sábado, 30 de julho de 2011

Dos Bon Jovi (ainda)

Aos dezoito anos apaixonei-me quando me tocaram e cantaram a Bed of Roses. O fio de voz e os acordes perfeitos levaram-me às lágrimas de felicidade. Foi mesmo o clique que me mudou instantaneamente,

Depois a (tua) corda partiu e foi o prenúncio de que nunca íamos acertar emoções nem arriscar. Mas eu não quis acreditar nisso. Fora tudo demasiado perfeito para já ter um fim anunciado.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Praia, muita praia. Dias de fazer muito pouco, que é para isso que as folgas servem. Dias de muitos beijos, de conversas, de azul, de noites amenas e vestidos. Gosto tanto.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Das coisas engraçadas que já me aconteceram

Estava sentada ao lado de dois rapazes que tinha conhecido à menos de dois dias. Era inverno, estávamos a ver um filme em casa. Cada a um deles deu-me a mão por baixo da manta que nos cobria. E eu fiquei meia hora de mão dada com cada um deles. E não, não tinha 14 nem 15 anos. Tinha quase 21. Pois.

domingo, 24 de julho de 2011

Às vezes, dói mais do que um bocadinho e do que todas as coisas. E nestes momentos, volta-se a fazer o forward e a confusão é tanta que descobrimos que o nosso sonho está tão longe de ser o que queremos.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Diário de uma Enfermeira #4

Nos meus dias de sol, pouco me incomoda. Arranjo uma veia à primeira nos utentes mais difíceis, punciono e vejo que há retorno de sangue. Sei que o dia vai correr bem. Sei que sou boa em muito do que faço. Portanto é isto.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

O mp4 tem de tocar a música ideal. Depois é só correr sem expectativas. Sem metas nem tempo, até o ar se esgotar do cérebro e os olhos turvarem. É só sentir o impacto no asfalto e olhar em linha recta, para um ponto que não será O ponto. Inspira. Expira. Troca-se tudo com o cansaço. Os músculos demoram a pesar. Sou eu  aquilo. E sabe tão bem. Paramos. Alongamos o orgulho e recuamos os medos. A partir daqui é sempre mais, tem de ser.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Gosto tanto da nossa paz, do nosso amor. Gosto tanto de nós, naquilo que de bom construímos e conquistamos devagarinho. Meu amor.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Coldplay

Foi fechar os olhos e saltar muito. Vibrar. Rir. Já esperava este concerto há muitos anos. Já comprei o bilhete em Janeiro. Quero mais, quero outra vez.

domingo, 3 de julho de 2011

E das relações imperfeitas

Daquelas pessoas que se sente estarem em pólos antagónicos na relação. Que vivem por cima do vulcão, sempre em conflito. Ou que são tristes. Que todos os seus gestos são tristes e denunciam a frustração. O casamento dos príncipes do Mónaco foi o exemplo de um casamento assim sem sal. Ele rígido. Ela desapaixonada e cinzenta. E um dia feliz converte-se num cumprir de obrigação e protocolo. É simplesmente isso. Triste.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Das relações perfeitas

Não acredito em relações perfeitas e quem acredita é porque nunca esteve seriamente envolvido numa. Se partimos do pressuposto que as pessoas são imperfeitas, torna-se claro que uma relação ou uma interacção sofrerá com imperfeições.
Houve um tempo em que eu acreditava que isso era possível. Lá está, porque nunca tinha estado numa. Depois houve um tempo em que não percebia porque é que tinha de haver discussões parvas, amuos, tristeza, distância emocional. Agora acredito que, que quando duas pessoas (se) querem muito, conseguem crescer juntas, conseguem ser felizes juntas. Mas isto não é um processo contínuo. É um processo com recaídas, com momentos de tudo. Às vezes pensa-se em desistir para, no momento seguinte, se querer voltar a tentar. É preciso errar e aprender muito juntos. E daí que eu desconfie sempre quando tudo parece perfeito, porque era bom que fosse. E pior do as pessoas enganarem os outros, é enganarem-se a si próprias.

domingo, 26 de junho de 2011

Do verão

É assim que gosto, de sentir a alma quente. Da leveza de t-shirts, calções e sandálias rasas. De branco, muito branco. Da descontracção. É assim que gosto de um céu azul-forte. Dos dias imensamente dias, com noites pequenas mas amenas. Do cheiro a praia e a descanso. É assim que gosto do verão. Tão imensamente louco e díspar.

domingo, 19 de junho de 2011

Sabes do que tenho saudades? Do teu sorriso inocente. Da forma como piscas o olho. Do teu cabelo branco. Da forma como cruzas os braços. Da forma como amas a avó. De quando me bates na mão quando tiro só os amendoins da tarte de amendoins.
Tenho saudades tuas e não me deixo de culpar por não ter comemorado o teu aniversário contigo. Este ano teve de ser por telefone. E tu recusaste uma festa porque eu não estava. Tu disseste que andavas a sonhar muito comigo e que eu estava sempre a chorar nos teus sonhos. Bem sabes que não sou forte. Que não sou como tu. Mas isso fica entre nós. Eu gosto tanto de ti avô. Eu choro só com a ideia de que um dia, o teu aniversário vai ser o último. De que um dia podes ficar a agoniar numa cama de um hospital. De que um dia possas precisar e eu esteja aqui, longe de nós. De que um dia um médico ou um enfermeiro te virem as costas quando chamares por eles. Porque nunca ninguém vai saber o quanto lutaste, o quanto trabalhaste, o quanto de criança ainda tens. Porque pouca gente te conhece, apesar de seres querido por tanta gente. Nunca me vás embora. 

terça-feira, 14 de junho de 2011

Viver em conformidade

(Nós) as pessoas mudam constantemente de opinião. O que hoje não é nada, volvidas horas e já é tudo. O que ontem fez rir, hoje traz-nos lágrimas. Temos dúvidas que passam a uma velocidade da luz a certezas. Queremos ser felizes mas depois não lutamos. Num momento somos amarelo para passarmos, no momento seguinte, a sermos azuis.
Apercebo-me que a condição humana é assim. Antes achava um defeito. Não percebia que as pessoas tinham o direito a mudar consoante as suas luas. Eu tentava ser tão coerente. E ainda tento. Mas mais do que isso, é a velocidade a que a realidade muda. E nós mudamos com ela, tantas vezes involuntariamente. Se não fosse assim, provavelmente seria tudo um tédio e nada nos poderia surpreender.

domingo, 12 de junho de 2011

Dos (nossos) domingos

Como são cinzentos os nossos domingos de despedida. Como é tudo tão imperfeito depois que o teu corpo se desmagnetiza do meu. E por mais planos que possamos guardar com doçura, nada apaga a crueldade de tantos domingos assim.

domingo, 5 de junho de 2011

Diário de uma Enfermeira #3

Hoje odiei enfermagem. Portanto escrevo mesmo com letra bem minúscula. Exasperei-me, questionei-me porque é que meti na cabeça que queria saúde. Eu sou de letras. Sou mesmo. Farto-me de doenças. De pessoas que não dão valor ao nosso trabalho. De desorientações.
Hoje um doente bateu-me e eu odiei-me por lhe virar as costas tão ferida interiormente. Porque ele estava confuso. E ao mesmo tempo tão assertivo. Porque me humilhou como profissional e como pessoa. E mesmo tendo uma alteração tão repentina da consciência, mesmo sabendo que aquele utente não era ele mas uma disfunção neurológica, eu virei-lhe as costas com tantas lágrimas reprimidas. Não lhe respondi. Não o acalmei porque passei o dia nisso. Desisti. Desisti de o ajudar quando a persistência e a paciência têm de ser requisitos da minha profissão. E hoje estou assim. Farta.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Bon Jovi

Já lá vão três anos. Três anos? Três anos. E eu lembro-me tão bem do concerto. De vibrar ao som Daquela voz que me acompanha desde miúda. Tenho saudades. Por mim, repetia a 31 de Julho. Sei que me posso arrepender mas tive de optar. E espero que a alternativa seja também memorável.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

O melhor do mundo é viajar com pessoas especiais. É o cheiro de uma cidade nova. As cores, as pessoas. Os monumentos. As galerias de arte. A História. E as histórias. As memórias. A comida. O turbilhão. O sentar-se e ficar a absorver o que se pode, sabendo que nenhum lugar será mesmo nosso. Mas descobrir, palmilhar ruas, os mapas, os lanches típicos, as luzes. Tudo tão bom, tão libertador. Habituava-me tão facilmente a essa vida...

domingo, 29 de maio de 2011

É mais forte do que eu. Acredito que seja uma fase. Prolongada. Sei que já tenho um bom suporte lá. Que já lá tenho Amigos. Mas o acto automático de encher/esvaziar malas, escolher roupas, não me esquecer de comprimidos, comida para o primeiro/segundo dia, despedidas, telefonemas diários, deixa-me cansada, desmotivada, angustiada até. Não é assim tão longe. São só 100km. Mas não dá para ter uma rotina normal de trabalho, tenho de acumular folgas para vir a casa. E a casa que sinto mais falta é o teu coração. Tu estás sempre tão longe e, quando não estás, está lá a sombra da tua partida eminente. Nada a que não esteja já habituada. Nada a que nunca me vá habituar, realmente.

terça-feira, 24 de maio de 2011

todos os dias o meu mantra é ser mais forte. é acreditar. é confiar. é viver o dia, não o futuro. todos os dias luto tanto cá dentro.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Dos meus passados

É quando vou lá atrás, a diários, textos, lembranças e afins, que abro gavetas de memórias azul bebé, bem guardadas com cheiro a alfazema e que conservo com todo o cuidado. Gosto de tudo o que está lá para trás. Gosto de mim naquele tempo. Claro que se fosse agora tinha arriscado muito mais, tinha feito algumas coisas diferentes. Poucas, muito poucas. Mas aquilo que gosto mais de guardar são os meus amores. É o tempo em que amei de forma inteligente, apesar de tão novinha. É tão difícil amarmos de forma inteligente, de forma despreocupada, de forma solta, daquele jeito em que sabemos que amamos só por amar. É tão difícil termos a mente treinada para sabermos que o outro é livre, que o outro e eu, somos o outro e eu e não o nós. Pode parecer controverso. Não é. Porque nunca ninguém será nosso. E porque é preciso haver conquista todos os dias. E orgulho-me, de ter aprendido tão cedo tudo isto, de ter sabido aceitar que há amores impossíveis, sem drama nem confusão. Por mais que tenha custado. Porque aprender nunca foi fácil. 

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Devemos votar no partido com o qual os nossos valores se assemelham ou na pessoa que achamos ser mais qualificada para ser o tal D. Sebastião que chega na manha de nevoeiro?
Porque é que a política é tão dúbia?

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Arritmia

Sou eu. A dissolver-me por dias inteiros. Com confiança e com medo. Com muita necessidade de saber, de estudar, de agir. Com muita vontade de lazer, de jantares, de sorrisos. Com mimos em lista de espera. Com sonhos que não sei se quero. Eu digo(-me) que sou antítese. Porque se fosse tudo ritmado, era rotina. E nem o meu coração bate compassado. É arrítmico. Como todos nós devemos ser.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Pessoas, os passeios servem para vocês caminharem. A estrada serve para os carros circularem. Certo? Regra quebrada APENAS quando não existem passeios. Por favor, não caminhem no meio da estrada, valeu? É que isso enerva-me tanto! E estou a pensar na vossa segurança! Claro.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Dancei até não poder mais. Queima das Fitas será sempre queima se for com a minha alma gémea, aquela amiga que estará sempre e sempre e sempre. Se for dançar até ver o sol nascer. Se for uma mística de sorrisos e liberdade. Faz bem para arrumar fantasmas e preocupações. Para sentir as taquicardias. É a vida no limite. Porque a morte, essa, é mais que certa.

sábado, 7 de maio de 2011

morrer?

Esqueçam a morte como o som contínuo dos monitores cardíacos dos filmes. Aquela linha recta acompanhada com a banda sonora do piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii. Esqueçam, sim? Não é um cenário heróico como esse. Nem os médicos e enfermeiros fazem de tudo para salvar uma vida.
As pessoas morrem um milésimo de segundo após estarem vivas. Sem barulho, sozinhas, esquecidas, em cuidados paliativos, maioritariamente. As pessoas morrem e logo de seguida chama-se o médico para confirmar o óbito. E sabem o que os enfermeiros fazem a seguir? A múmia. Dispenso pormenores. É horrível. Colam-se etiquetas identificativas na testa e embrulha-se um corpo nu num lençol.
E sabem o que eu escrevo no livro de óbitos? Ausência de sinais vitais às x horas.
Porque a morte é isso. Apenas isso. Ausência de sinais vitais. E acham que existe um sentido para isto? Eu não acho. É tudo uma merda.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Dos amigos

Da minha infância já não conservo nenhum amigo. Conhecidos e colegas sim. Mas não amigos. A amiga mais antiga, conheci-a quando tinha aí uns 12/13 anos e andava no sétimo ano. Com o tempo apercebi-me que o que  hoje são amigos chegados, amanhã são desconhecidos. Mas isso à muito que não me deixa mágoa. Porque apesar de poucos, tenho o núcleo que é realmente importante. Não tenho um melhor amigo. Tenho vários porque todos eles são os melhores. Com os seus defeitos mas, principalmente com as qualidades. E a vida vai-me surpreendendo. Porque quando eu penso que já não vou conhecer ninguém especial, que as pessoas já não são leais e que amizade é só no facebook, aparecem-me raras estrelas que enchem de brilho o meu caminho.

domingo, 1 de maio de 2011

Desculpem, mas a minha mãe é mesmo a melhor

Nunca serei a filha perfeita, nunca vou deixar de me irritar contigo e e falar uns decibéis bem mais alto do que o permitido. Nunca vou deixar de me chatear quando tu perguntas diariamente o que cozinhei, o que comi, o que vou fazer para amanhã. Mas o mais engraçado é que espero nunca deixar de me chatear com tudo isto, por mais que o nunca seja impossível.
A minha mãe é mesmo a melhor do mundo. A melhor para me rir com ela com um bom filme ou anedota; a melhor para passar um dia nas compras com muita cumplicidade; a melhor para me criticar com todo o amor; a melhor a cozinhar; a melhor no seu trabalho; a melhor para aparvalhar juntas com musicas de dança; a melhor para conversar; a melhor para me fazer sentir segura e amada infinitamente. Defeitos também os tem. Como eu, como toda a gente.
E sabes o que tenho mais medo? Que me deixes sem ti. É coisa de me levar logo às lágrimas esse mau pensamento. O que será do meu mundo sem ti? 
Deixa-me continuar na minha infantilidade e pensar que as mães são eternas fisicamente. Nem eu comporto outra coisa.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Pagar para ter formação na minha área e levar com um formador que só sabe ler os diapositivos é surreal. Já para não falar que é uma nulidade a nível de pedagogia.

terça-feira, 26 de abril de 2011

da blogosfera

há pessoas que escrevem com uma luminosidade de dias de verão, de uma forma que nos envolve em sentimentos de pertença, de identificação, de admiração. Pessoas que brincam com letras e constroem ideias e pensamentos que nos fascinam. Pessoas que partilham aquilo que são sem falsos pretensionismos.
E felizmente a blogosfera conserva algumas dessas raridades. Poucas mas boas.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

o (meu) amor

Houve um tempo em que acreditei. Que queria (te) encontrar alguém especial. Houve um tempo que lutei. À minha maneira, mas lutei. Houve um tempo em que o mundo desabou porque andava a lutar por pessoas que não sendo as certas, não me eram as erradas. E houve dois ou três ciclos assim. Depois houve um tempo em que desisti. Em que achava que o problema era meu. Que exigia demais de mim e dos outros e que mais valia andar ao sabor do mundo, em vez de ao sabor das minhas aspirações.
E num tempo assim confuso, sem querermos, sem sabermos muito bem como, tu e eu cruzámo-nos. 
E hoje eu sou feliz. Tu já não és o meu sonho, sequer. Tu és tu. Com todo o teu lado lunar mas, essencialmente, com toda a tua luz. Tu mudaste tudo para melhor. Ensinaste-me a usar aguarelas coloridas quando eu só tinha um lápis de carvão.
Tu és tu. E eu gosto tanto de ti.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

É tudo uma canseira

É tudo uma tremenda canseira. Todas as pessoas andam cansadas de qualquer coisa. É dos dias cinzentos que voltaram ou dos dias de sol que são demasiado quentes; é da falta de dinheiro ou de não saber como gastá-lo; é do FMI ou das eleições; é das gordurinhas ou das horas de ginásio; é do trabalho ou do estudo. Há sempre qualquer coisas ali que nos deixa a arfar de tédio. Qualquer coisa que tem de existir para que nos possamos queixar.
Eu não sou excepção. Canso-me das saudades.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

A (minha) casa é onde tu estás.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Segunda noite seguida. Sono. Olheiras. E o desejo que as 8h30 cheguem bem e rápido. E que os meus utentes durmam bem.
E agora que o FMI anda por aí, há que aproveitar o trabalho e não reclamar muito. Por mais que me apeteça reclamar que já é a 4ª noite deste mês.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

cansaço?

É um cansaço um bocadinho físico mas, essencialmente, emocional. Pelo que passou, pelo que se segue. Uma expectativa sem ser bem expectativa porque não sei aquilo que espero mas temo pelo que virá. Inexplicável esta pequena angústia porque são vários medos misturados, surreais, pequenas miragens que assustam pela ilusão. E as minhas coisas são as minhas coisas. Não ando cá a contar a ninguém porque nem eu sei bem o que contar.
É isto apenas. Uma agitação interior.

domingo, 10 de abril de 2011

Trabalhar assim uns sete dias seguidos custa. É por isso que as folgas com muito sol e risos são do melhor.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Playlist

Na playlist das televisões a música é sempre a mesma, FMI. Mais do que o que virá é já estarmos a sofrer por antecipação. Está-nos na matriz do ADN também este sofrimento antes do tempo. Raio de país o nosso que não troco por nada.

terça-feira, 5 de abril de 2011

As palavras são hoje vermelhas. Como foram ontem. Como serão sempre. Vermelhas da cor do sangue que me corre, que me mantém os sinais vitais. Vermelhas porque é do vermelho que muitos têm medo.
As minhas palavras nunca serão pretas. Nem roxas. Talvez brancas, quando eu souber escrever de forma puramente solta.
Até lá ficamos assim.

domingo, 3 de abril de 2011

A minha educação é melhor que a tua?

Eu não sei onde os meus pais tiraram o curso mas foi, com toda a certeza, com uma média final de 20. É que a educação que dão, tanto a mim como ao mano, devia ser a educação que todos os pais dão aos filhos. Os meus pais não são melhores que os teus. São os pais melhores que eu podia desejar nesse aspecto. Cá em casa não se liga a televisão na hora das refeições. Conversa-se. Conta-se como foi o dia. Desabafa-se. Cá em casa aprendi, desde muito jovem, a gerir o meu dinheiro. A ir com o meu pai ao banco. Aprendi a poupar. Cá em casa explicaram-me que não se gasta mais do que o que se tem. Aliás, é imperativo. Cá em casa sempre falaram à minha frente do emprestimo da casa, dos juros. Porque o dinheiro não vem com as andorinhas na primavera. O dinheiro vem do trabalho.
Ensinaram-me que o saber não ocupa mesmo lugar. E fui criada nos tempos pré-históricos dos dicionários, enciclopédias em papel e cálculo mental. Explicaram-me ainda que não vão durar para sempre portanto, que me mexesse para aprender a viver e me tornar o máximo independente possível. Também me disseram que um curso superior é uma coisa séria. Que soubesse escolher e que não andasse apenas a pôr dinheiro ao lixo. E ainda me avisaram que não é vergonha nenhuma trabalhar no shopping tendo um canudo na mão.
Pudemos afirmar que tive uma espécie de infância à rasca. Não tive game boys, playstations nem roupas de marca. Começamos a passar férias já eu tinha uns 14 anos. Fazíamos refeições fora muito raramente, do género passeio anual em Fátima com o cesto da comida já pronto de casa.
Estamos à rasca e ainda não viram nada. Porque toda a gente se habituou a viver à larga. Porque é mais importante ter um telemóvel do que legumes para fazer sopa. E pior que a crise financeira, é a crise de valores.

quinta-feira, 31 de março de 2011

Como sempre, a contar as horas. Porque os nossos relógios andam a um ritmo diferente dos das outras pessoas. Os nossos momentos sincronizam-se para que possamos fazer coincidir os ponteiros. E para que os nossos sonhos se conjuguem em eternidades.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Da infância que não quero

A maior parte das pessoas gostaria de voltar à sua infância. Eu não.
Ser criança foi, para muitas pessoas, o melhor período das suas vidas. O meu não.
Não pretendo voltar a uma infância que não foi feliz nem tremendamente infeliz. Foi algo que ficou lá atrás e que não me preocupo em lhe tirar as teias de aranha. Porque não vale a pena. Porque só iria recriminar as pessoas à minha volta. E basta disso. Há que não cometer os mesmos erros que vi serem cometidos. Há que não culpar por tudo o que de mau me influenciou. Porque tudo se explica com psicologia e eu acredito que muito do meu pessimismo, das minhas inseguranças, vêm das lembranças dos domingos solarengos em que em vez de praia e parques infantis, eu assistia a terriveis batalhas de palavras proferidas em decibéis impróprios. Eu acho que não chorava na altura. Agora, quando me recordo disso, apetece-me. Mas não. As pessoas crescem. Felizmente as pessoas à minha volta também cresceram e já não são mais dois guerreiros teimosos que nunca pereceberam bem o que fizeram. Não foi por mal. Porque amor e bons valores nunca faltaram. Faltou sim atenção, regrado nas palavras, cedência, pedidos de desculpa.
Repito em nota mental, há que não cometer os mesmo erros. Mesmo que a genética e a psicologia lá estejam.

terça-feira, 29 de março de 2011

Guarda-me na memória das mãos, dos lábios, da pele. Guarda-me na memória dos sentidos, bem como a todo este sentir imenso, nosso, tão unicamente nosso.
Guarda-nos. Protege-nos. Envolve-nos em doces novelos de muito celofane para que ninguém nos quebre.
Nós merecemos, meu amor.

domingo, 27 de março de 2011

Quando sou muito feliz ganho um medo louco de me perder em tragédias. Quando vivo assim com o coração no ar, aparecem os "se's" e coisinhas pequeninas que me remetem lá para o fundo do meu escuro. Eu sou assim e quem me dera viver apenas no hoje, no presente puro. Mas não. Não existe volta a dar. Não acredito no sonho. E é real.

quinta-feira, 24 de março de 2011

3 de nós

E é nesse instante que a minha vida ganha um bónus. Que depois evolui e se torna naquilo que é hoje, o amor real, único, desmedido, louco e sereno, impossível de mensurar, de descrever, de comparar.
São três anos de um sim que nunca encontrou intervalos. São três anos de muita coisa boa, mágica. São três anos de conhecimento mútuo, de crescimento,  de querer mudar o que está mal, de conhecer a saudade tão bem.
São três anos grandes e pequenos. Como se te conhecesse desde sempre e como se ainda tivesse sido ontem que me perguntaste se queria namorar contigo. São três anos que desejo que se perpetuem para todo o sempre. Porque te amo tanto. E ainda tão pouco.
Um obrigada a ti meu amor*

quarta-feira, 23 de março de 2011

E agora estamos sem governo. Porreiro, pá.

Vai um e vem outro igual ou pior. Precisamos assim de alguém não cliché, de alguém sem medo e que não ceda aos lobbys políticos. E gente dessa já não se faz em grande número. A que se faz, não quer saber da política ou não se quer envolver. E eu não os censuro.

terça-feira, 22 de março de 2011

Até onde pode ir a resistência humana? Até onde os mecanismos de coping serão eficazes? Até onde será que podemos continuar a fingir? A comportar aquilo que já tem tanta força que é só uma questão de tempo para que desabe?
Eu precisava saber isto quando já o sei. E preferia não saber que sei.

sexta-feira, 18 de março de 2011

O beijo que não deste

tu disseste que eu mudei. Firme. Frio.tu disseste que eu não era mais a miuda que costumava ser. Bem, há que perceber o motivo. O que tu querias dizer é que eu não era mais a miuda solta de outros tempos. Sempre pronta para ser feliz. Sempre pronta para sair, para rir, para dizer o que me apetecia. Para arriscar. Eu achava que o mundo era perfeito. Porque me conheceste na melhor fase de todas. Ou melhor, porque ajudaste a tornar aquela fase, a melhor. Estava sempre disponível para um café. para um jantar.para cinema.para dançar.para chocolates after dinner. para chegar tarde e acordar cedo.
[eu pergunto-me onde errei e o beijo que não deste é a resposta]
portanto eu mudei. e tu não sabes porquê. mas eu sei. e não quero saber. porque é nos momentos tristes que me arrependo de ter mudado, tanto.e sabes, a culpa foi mesmo desse beijo que nunca deste.

terça-feira, 15 de março de 2011

Os avôs

São rissóis.
É esta a frase que ainda hoje nos faz ganhar apetite instantaneamente. Não é um rissol qualquer. É feito pela avó, frito pela avó, apresentado pela voz cantada da avó. É todo aquele mimo para nós os dois, únicos netos.
Às vezes também são batatas fritas. E bife. E ovo estrelado. E bacalhau assado no forno de lenha. E carne assada. E a mesma reacção, a mesma alegria infantil de quem vai receber o prémio de mérito.
Talvez não seja bem pela refeição. É por aquela doçura, aquela forma de cozinhar e de nos querer agradar, aquela felicidade de, só por si, nos dizer que é a nossa refeição favorita. É por ela, a avó. E ele, o avô, que ainda é mais guloso que os netos. É pelos dois. Os melhores avós do mundo.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Os meus dias de descanso são bons. Os dias em que volta a rotina familiar, os risos de muitas pessoas, o cheiro inesquecível dos grandes cozinhados, as bolachas e os bolos feitos com deleite, os livros a consumir num frenesim, novos filmes, muitas conversas. Estas pequenas coisas, tão minhas, tão nossas, tão assim, simples, divinas.

domingo, 13 de março de 2011

E é a calma.
Profundamente adormecida em palavras. Na minha idiossincrasia.
Porque eu sou de livros fora de moda. E de músicas que digam muito.
Porque eu sou de boas conversas. E pouco de confrontos verbais.
Porque eu sou de mim. Assim. Como gosto tanto de ser.

quarta-feira, 9 de março de 2011

É inevitável que as pessoas possam mudar. E aceitar isso? Pois, é do caraças.

terça-feira, 8 de março de 2011

Eu e os pormenores*

Eu continuo a insistir nos pormenores. Não é defeito nem feitio. É personalidade. E sei que, à partida, muitos desses pormenores nunca me serão dados. Nunca. E isso é assim um bocadinho assustador. Um bocadinho sufocante. Um bocadinho capaz de se tornar numa coisa grande, que me tire minutos de sono. Eu sei que isto não é nada. Eu sei que isto não é um problema. É apenas a constatação do que virá, se tudo permanecer igual. E eu já não sei se vou ultrapassar. Os meus vinte e quatro anos não deviam ser já sentidos com este tipo de limitação.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Diz que andamos todos mascarados

Por onde me escondo, quando não me quero revelar de forma alguma, é nos intermináveis heterónimos que posso criar. É isso mesmo, há que ser criativa. há que ter trabalho para que as fragilidades não venham ao de cima, para que os outros não me julguem nem de mais, nem de menos.Para que me avaliem sem perderem muito tempo, para que falem mal e bem de mim sem se alargarem demasiado em considerações. Não quero cá máscaras, quero pessoas onde me re-invento para que possa ser o mais anónima possível. Sou sempre eu, sempre. Mas nem sempre vou agir de acordo comigo, caso contrário o meu mundo era um campo de guerra, minado, perigoso, sem falsos moralismos nem falsas virtudes e muito menos, sem hipocrisia. Parece contraditório? Não deviam ser sempre os nossos mundos sem hipocrisia? Pelos vistos não. Se eu agisse sempre por impulso, o meu mundo tinha só duas cores: branco e preto. Yin e Yang. Sim ou Não. Vida ou Morte.
Portanto há que ser este e aquele, misturar personagens, saber viver nesta diz-que-é-uma-espécie-de-selva. Não precisamos cá de carnavais para nos mascararmos. Só o do Brasil com muito samba.

domingo, 6 de março de 2011

As pessoas deviam vir com livro de reclamações*

As pessoas deviam vir com um livro de reclamações. O conceito é o de podermos reclamar quando falham connosco, é pelo facto de aquela grande mágoa ficar ali registada para sempre, talvez para servir de lição e não voltar a acontecer. Dava jeito expressar por palavras aquilo que ficou cá dentro em relação a tanta gente, sem violência, sem ressentimentos, mas com a certeza que a pessoa soubesse que errou e nunca mais esquecesse o erro, quando folheasse o seu livro. Também não é preciso que haja uma ASAE de emoções. É só preciso que as pessoas não magoem tanto os outros.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

O que escrevo eu quando não sei o que escrever, quando escrever é aquilo que me liberta do meu lado obscuro?
[ Porquê? Não posso ter um lado obscuro?]
O que escrevo eu quando os meus alicerces são água e o meu chão uma jangada de madeira? Ou o que escrevo quando as minhas ideias são tantas e incoerentes, sem matéria que as envolva e as estruture?
[Quem decidiu que as ideias têm de estar estruturadas? Que os parágrafos têm de ter ligação?]
O que escrevo em dias destes, de futilidade literária?
[Ou o que escreverei quando terminar Lev Tolstoi e o seu Anna Karenina?]
O que escrevo se me ensinaram que tudo é matéria e eu me sinto a anti-matéria? Existirá, de verdade?
[Hoje não sei o que escrever. E tenho tanto para dizer. Até amanhã.]

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Pudesse eu dizer mais do que digo, por vezes. Porque não são raros os momentos em que eu tenho tanto para falar que depois encolho-me, fico calada e esqueço. Para quê? O silêncio pode valer tanto... E eu gosto quando me adivinham os pensamentos. A sério que gosto.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Das pessoas que levam tudo a sério

O que eu acho engraçado em algumas pessoas, é o seu sentido de humor. É o não levarem isto demasiado a sério. Não gosto de pessoas que levam a vida muito a peito, que acham constantemente que o mundo e o carmo e a trindade lhe vão cair em cima. Pessoas depressivas, que nos sugam o sol, qual Dementors nos livros do Harry Potter. Não gosto dessas pessoas baças, iguais. Tiram-nos logo o ânimo, o brilho. Acreditem em mim, a vida não é mesmo para levar demasiado a sério. É que acabamos só a sobreviver.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

As pessoas vivem num teatro, numa peça que inventaram sem grande argumento, mas que as faz representar continuamente. Pouco do que fazem é espontâneo. É tudo pensado, ensaiado, sem graça nem sol. Por vezes é um cinzento tão triste, que não entendo porque não preferem actuar numa comédia.
As pessoas fingem sentimentos, fingem sofrimento, compaixão, felicidade, extase, lágrimas. Não sei como é possível tanta versatilidade. São mesmo boas no que fazem. Por vezes sou espectadora, fico na plateia. Não aplaudo. Saio antes da peça terminar porque não consigo fingir, compactuar com tanta falsidade. Outras vezes chamam-me ao palco e eu também represento. Dizem que se não representarmos, não somos sociedade. E é mesmo verdade. Somos metade actores, metade público. E isto repulsa-me.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Tenho sempre de chorar quando te vais embora? Não é suposto ser assim. E não é justo.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Green eyes

Antes que venha por aí mais uma tormenta, que nos leve estes dias bons e nos traga mais semblantes cinzentos, deixa-me dizer-te novamente que és a minha casa. Deixa-me dizer-te que eu não sou como os outros, que sabendo que chegas às 21h já começo a ser feliz às 18h. Não. Eu só sou feliz quando chega às 21h e tu estás à minha espera, para me puxar para ti com um beijo prolongado, para me prometeres que nas proximas horas não existirão mais medos nem saudades. Deixa-me dizer-te que ninguém tens os olhos mais verdes e mais bonitos do que tu. Que ninguém me abraça melhor que tu. Que ninguém me conheçe como tu.
Não interessam os momentos separados, que superam sempre os outros. Não interessam porque a eternidade pode ser nossa e é nisso que acredito quando a saudade me aperta tanto o peito e o medo de nunca mais te ver é sufocante. Se eu gostava de fazer um forward? No fundo não. Ainda há tanto para aproveitar. Mas também sei que ainda há muito para lutar, para não deixar morrer isto, para não desesperar com a distância.
Portanto, deixa-me dizer-te que tormentas há muitas. Discussões nunca vão acabar. Mas que me sabes amar de uma forma avassaladora, mesmo nas coisas mais simples. Porque é nessas pequenas coisas que mais te amo. Nas nossas semelhanças, nos nossos sonhos e objectivos, nas nossas brincadeiras, nas nossas conversas, nas nossas mensagens, nos teus abraços como se não houvesse futuro nem passado.
Deixa-me dizer-te que às vezes sou uma criança porque sou ingenuamente feliz contigo. Porque te quero tanto que me continua a custar imenso deixar-te nas várias despedidas. Que os 300 quilómetros que quase sempre nos separam são a prova mais dura que tenho de ultrapassar contigo.
Deixa-me então agradecer-te porque consegues fazer-me apaixonar por ti ciclicamente. E isto (tu), é o melhor de tudo.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Não são raras as vezes em que as pessoas falam para mim e eu fico calada, pensativa. Invariavelmente perguntam o porquê da minha reação. Normalmente digo que não é nada quando, normalmente, foi tudo. Foi uma palavra, uma situação, um tom, um leve indício que me agitou os pensamentos e os fez sair. Eu devia saber disfarçar, até porque é de uma reação vulgar que estamos a falar, mas ser actriz nunca foi uma vocação.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Foi mais uma noite má. São olheiras, cansaço muscular, cefaleia intensa como se estivesse de ressaca e irritabilidade. Aguardaremos boas horas de sono, quentinha e descansada, sem despertador e sem turnos nos proximos dias. Eu adoro aquilo que faço, a sério. Mas trabalhar à noite, ui, é um campeonato à parte.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Hoje está a custar. Mais do que sempre e do que todos os outros dias e partidas. É por pouco tempo, eu sei. São só três turnos.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Consegui ter uma noite de sono revigorante, finalmente. Já me andava a assustar. Pode ter sido do chá de cidreira, do sono acumulado, de estar na minha casa, no meu quarto (e não na casa alugada do local onde trabalho) ou então de qualquer outra coisa. Soube bem, tão bem.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Diário de uma enfermeira #2

Foi mais uma noite a trabalhar. Uma noite de gritos por toda a enfermaria, que ainda ecoam aqui pelos meus neurónios e que provocam sinapses explosivas. O cérebro humano é fascinante, sem dúvida. Mas, como tudo, tem o seu reverso. Uma pessoa desorientada pode não saber onde está, que horas são, quem é. Uma pessoa desorientada é capaz de se magoar sem sentir, de agredir sem ter intenção, de gritar sem dor. E isso arrepia-me. Mais do que me exasperar sem saber o que fazer, sem entender porque é que a medicação não lhe faz efeito, é arrepiar porque aquela pessoa não é ela mesma. É uma transformação, talvez um heterónimo, uma vaga lembrança do que foi. E agora está ali, agitado, capaz de arrancar um catéter central, uma sonda; capaz de me agredir, de me maltratar com palavras; incapaz de ter noção de que a restante enfermaria não descansa, mas pulsa ao som de cada grito de guerra, de cada intempérie de palavras imperceptíveis.Aquela pessoa continua a ser uma pessoa, a necessitar de todos os cuidados que uma pessoa merece. E ao mesmo tempo recusa, debate-se numa luta interior.

Estou cansada. Muito mais que a cefaleia, que o sono, estou meramente cansada de ver pessoas sofrer. Isso apenas.

domingo, 30 de janeiro de 2011

É de mim ou o mundo está de pernas para o ar?

"As mulheres devem andar sempre arranjadas, maquilhadas e de unhas pintadas. Devem-se valorizar. A si fica-lhe muito bem, deve andar sempre assim"

Dito seriamente por um elemento masculino, no meu local de trabalho.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Dos mundos que eu vi, continuo a gostar do meu, dos meus. Dos cheiros, das luzes, das cores, dos sons, eu gosto de toda a exuberância momentânea. Mas fazem-me falta também os momentos calmos.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Dos meus sonhos loucos

Não me tirem os meus sonhos, os meus objectivos, as minhas aspirações. Por mais incongruentes, loucos ou impossíveis, são tudo aquilo que me faz vibrar de espectativa, de luta. São eles que juntamente com o coração, bombeiam todo o sangue e adrenalina para que eu VIVA.
Não ter objectivos é a maior prisão de alguém. É uma grade, um buraco escuro, uma maldição. Viver sem saber para quê não é viver, nem sequer sobreviver. É apenas esperar pela morte. É apenas ficar na sala de espera sem reclamar, sem esperança de conseguir consulta. Talvez seja já estar um bocadinho morto. E acredito, deve ser uma condenação muito pesada.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Lisboa, Lisboa

Das cidades que me enchem de Luz, Lisboa é uma delas. Já o referi, não me canso de o dizer. Não quero lá viver. Tenho medo de me desiludir. Portanto, de cada vez que lá vou, sabe-me sempre bem. Sabe-me a dia de verão ameno.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Coisas que não gosto #2

Pessoas que falam muito. Que quase não respiram com receio de perder o seu brilhante raciocínio e se atropelam em pensamentos e palavras. Já diz o ditado que quem muito fala pouco acerta. Pois é, eu subscrevo e questiono-me que medo é esse que as pessoas têm do silêncio.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

L.o.v.e.

De repente volta a ansiedade para que chegues bem e rápido, o desespero para que os relógios não se atrasem e nao demore para te voltar a tocar, a sentir, a amaldiçoar toda uma distância necessária e, ainda assim, cruel. Podia dizer mal da saudade. Porque o pior da saudade, é o medo que os afectos se percam, que a memória não suporte mais tanta coisa e faça um reset sem permissão. E depois que é feito de nós? Ainda não se fazem cópias de segurança para estas coisas. E segurança é coisa que não conheço, porque vivo com o medo na ponta dos dedos.
Nunca ninguém disse que era assim difícil. E o que importa isso nos nossos momentos bons, que valem sempre acima de tudo?

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Coisas que não gosto #1

Não gosto de pessoas que invadam o meu espaço pessoal sem lhes dar permissão para isso. Que mal me conhecem e se sentam demasiado perto de mim. Ou que se aproximem e tenham necessidade de, enquanto falam, me tocar no braço. Não gosto. Há uma distância que deve ser respeitada. É isso e não me olharem nos olhos quando falam para mim. É que eu gosto de fazer isso, é sinal que valorizo a pessoa e que não temo nada. Ou ainda quando olham para mim de alto a baixo enquanto me dizem qualquer coisa. Ou fixam o olhar em alguma característica minha. Parece que estou numa avaliação qualquer, sob um ohar inquisidor que me vai mandar para a forca. Não gosto.