domingo, 23 de setembro de 2007

Devaneios


A taquipsiquia persegue-me. Preciso de uma conversa decente que me resuma os meus últimos devaneios e me dê a mão de regresso ao mundo real. Dois telefonemas, uma mesa de café e a sensação única de que se isto não fosse a minha vida, não poderia ser de mais ninguém.

Lembrei-me da outra vez em que me apresentaram a alguém como sendo a 'que não gosta de finais felizes'. Desatamos a rir. Já me apresentaram milhares de vezes e de várias formas. Esta foi a melhor. Pergunto-lhes como me vêm. Alguém me responde que personifico a poesia. Fico a pensar e pergunto que tipo de poesia. Outra pessoa diz-me que depende dos dias. Ás vezes Álvaro de Campos, Ricardo Reis, Florbela Espanca mas essencialmente Sophia.

Mudo de assunto. Deu-me saudade de um verão que termina. Fico a imaginar como coisas más podem evoluir para a perfeição. Como é tudo tão instável, impossível de conjugar e condensar numa mesma sintonia. E como posso ter tudo e decidir recomeçar do nada. E como mesmo não tendo nada, não há tristeza ou desespero. Conheço muito mais do que julguei possível a minha essência. E isso leva-me a raramente encontrar equiparação para as minhas aspirações. Pode ser que um dia conheça a perfeição linear que me permita declamar sem medo o meu poema preferido que, só por acaso, é da Sophia.