sexta-feira, 20 de junho de 2008

Leituras do jet set


Ontem, por volta da hora de ponta, aquela que antecede o jantar e que também afecta o trâfego ferroviário, participei numa situação que me fez rir interiormente durante vinte minutos (tempo que demorou a viagem).


Sentei-me num dos quatro bancos de uma das secções do comboio. Os outros três lugares estavam ocupados por distintas senhoras que estavam a ler. Ora, por coincidência eu também tinha um livro na mala. Et voilá... fui buscar o livro porque também quis mostrar que era intelectual.


[mentira...quem me conhece sabe que ando sempre com um livro porque é um dos meus vícios]


Descontraidamente espreitei o que as minhas companheiras de viagem liam. Uma lia um policial que por acaso, já tinha lido e nao gostei particularmente. A outra, lia um romance que não me chamou à atenção.


A outra...bem, a outra ia a ler uma revista daquelas-estupidas-que-falam-da-vida-dos-outros. A sua atenção, possivelmente sobre um artigo científico que explicava porque é que a lila caneças fez a 3287547985028347 cirurgia estética, era notória. A revista devia ser mesmo boa. Mas é que devia mesmo! Haviam de ver a devoção da dita senhora para com a revista. Era como se pudesse ouvir os batimentos cardiacos dela pelas histórias do mundo das elites...mais empolgante, só mesmo o Código Da Vinci. E mesmo assim fiquei com dúvidas.

Olhei para o meu livro e senti-me envergonhada. Bem, tavez ficasse mais se fosse a ler a 'Visão', a 'Focus' ou a 'Referência'. É que isso ainda era ser mais intelectualóide. [não sabem como agredeci ainda não ter comprado a 'Visão' desta semana!]


Um agradecimento a todas as marias, tv guias, caras e a todas as restantes revistas do género que fazem da população portuguesa cada vez mais idiota.





domingo, 15 de junho de 2008

Consigo ouvir o silêncio suave que antecede os momentos em que me dás a mão. Consigo ouvir a tua respiração quase imperceptível quando falamos a horas tardias. Consigo não ter medo quando me roubas um abraço perfeito.
Contigo.

E quando me deito, adormeço feliz, sem crises existenciais. E sou sempre eu, cada vez mais.

Contigo.
Deixas que me perca pelas palavras, pelos risos, pela imprevisibilidade, pelas horas, pelo estudo, pelos sonhos...
sempre contigo.