segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Obrigada 2012

Não me apraz pedir nada de especial para o 2013. Que não seja pior que 2012. Que mantenha as mesmas pessoas importantes, o trabalho, a paz, a saúde. Que termine a dissertação. Que viaje. Que ande muito de bicicleta. O que interessa sempre é a felicidade. Esta coisa boa que é um equilíbrio de tudo. Para mim e para vocês :)

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Este final de ano não está profícuo para palavras escritas ou grandes divagações. Estamos em modo muito descanso e algumas reflexões pessoais, mas nada de muito sério. A vida não é para ser levada demasiado a sério, não é?

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

41,2km

Ou de como hoje correu muito bem. E é isto o rescaldo do Natal. De meu Natal feito nas viagens entre casa e local de trabalho, com alteração de turnos à última da hora e um serviço em caos, que me impossibilitou de passar o dia 25 todo em família e me fez perder o meu primeiro almoço de dia de Natal. Cansaço é pouco para exprimir o que sinto. Mas a reserva de açúcar estava alta, com o bolo rei como anfitrião e os frutos secos como acompanhantes e a voltinha de bicicleta soube maravilhosamente bem.

domingo, 23 de dezembro de 2012

Eu peço paz. Já fui de guerras, de lutas, de arregaçar o orgulho e o medo e batalhar. Agora não. Quero calma. Tanta calma para não quebrar a  homeostasia do meu corpo. Quero tanta calma que me obrigue a sentar num chão de madeira e me leve a re-aprender a ser eu. Quero essa calma para sentir o que senti hoje: o Natal foi ver uma utente melhorar dentro da impossibilidade de fugir a uma diagnóstico aterrador. O Natal, quero crer, levei-o eu a ela. E fico a pensar nisso para me custar menos aceitar esta vida de ironias demasiado macabras. Fico a pensar nisso e rezo para, daqui a umas horas, estar a abraçar os pais, os avós e o mano. Abraçá-los para nunca os perder, para os proteger de todos os males que esta vida hospitalar me revela. Abraçá-los tanto, mesmo que os abraços também sejam sorrisos e palavras bonitas. 
Portanto, peço um Natal em saúde e em família. E em paz. Muita.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

42 km

Hoje foram 42km em cima da bicicleta. E foi bom. Custou só um bocadinho porque não subimos muito mas foi maravilhoso pelos sítios onde andámos. Sabe sempre bem superar-me, acreditem. Sabe bem chegar a casa e tomar um duche quentinho, enquanto as pernas ainda não estão firmes.
Sabe bem conhecer um mundo aqui tão perto. E sempre na melhor das companhias: o pai e o meu amor.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

O tempo, esse malvado que voa e que serve de desculpa para tanto. O tempo, que escapa pelos dedos e, ao mesmo tempo, nos sobra nas palavras.
Esse tempo que preciso para ser feliz.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Bilirrubinas e transaminases tudo bem. O resultado de eventual carga viral demorará a chegar. Consulta daqui a 15 dias, novamente. Algo me diz que vai correr tudo bem. 

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Como esta Skinny Love*

Às vezes fico-me numa música em modo repeat. Acaba e volta ao início. Assim, só porque sim. Para me lembrar quem sou, o que ainda quero e já não suporto. É por tudo isto que a minha necessidade de mim mesma é ridiculamente imensa. De mim, para mim. Assim, em pensamentos muitas vezes em círculos. Mas tem de ser. Viver sem pensar é insano. É viver pela metade. E eu não vivo pela metade, não posso ou estou a trair o super-ego.

*Bon Iver

domingo, 9 de dezembro de 2012

From hope*

Custa-me um bocadinho acordar às 7h para ir trabalhar. É mais o momento em que tenho de sair do quentinho, despir o pijama e vestir [e depois penso que, nem 45min após, volto a despir e vestir a farda branca].

Porque é de branco que me orgulho (ou, muitas vezes, disfarço os meus medos e arrumo problemas). E amanhã começa uma segunda-feira que é, mais ou menos, quarta-feira, naquela ambiguidade de dias em que vivo. Daqui a três dias volto a realizar análises e a ter consulta com a médica querida da outra vez. Tenho medo. Mas amanhã inicio novo período de tutora. E há amigos que estão a precisar do meu bom astral. E, além disso, os dias sabem-me a renascimento. E é a parte boa de tudo.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Hoje foram 34 km de bicicleta em estrada. Hoje o cansaço foi mais notado. Mas soube bem. Continua a saber-me tão bem este sol demasiado fugaz e o vento na cara. Continua a apetecer superar-me. Continua a apetecer-me não pensar demasiado nas coisas portanto, os dias são para serem vividos ao limite.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

A vida como intervalo da morte

Day after day.
Assim andam eles, os dias. Tenta-se relativizar o tempo e as pessoas. Mas as pessoas não se relativizam. São tão reais, os seus problemas são tão palpáveis, que se torna insano conseguir equilibrá-las sem nos desequilibrarmos. 
Eu vejo muito enquanto enfermeira. Mas vejo ainda mais como pessoa, como se olhasse de outra dimensão. Às vezes até me olho a mim a viver. E rio-me de tanto. Rio-me para não chorar. Porque tenho tido tanta necessidade de chorar quanto de viver intensamente. O que pode parecer uma antítese (não fosse eu uma contradição, reitero).

Day after day. Ou, como a vida, às vezes, pode ser uma filha de uma meretriz.

domingo, 2 de dezembro de 2012

Dezembro vem cheio de frio E de re-começos. E traz o Natal.

sábado, 1 de dezembro de 2012

Parece que me passou um camião em cima. Um pequeno, vá. Parece que devo uma vida à minha cama e, no entanto, tenho ali um comprimido para dormir porque sei que hoje (e nos próximos dias) me vai custar adormecer. 

O instante foi isso mesmo. O momento em que me piquei. O momento em que o meu cérebro me grita que o utente tem hepatite c. A partir daqui são 6 meses até saber se ficará tudo bem. But well, valem-me pessoas competentes, que me sossegaram um bocadinho. Os passos todos delineados e as próximas colheitas já para daqui a duas semanas. E os mimos dos amigos e colegas de trabalho.