sábado, 25 de agosto de 2012

Das minha particularidades

Eu sou (tão) neurótica com o exercício físico. Ficar um dia sem me mexer causa-me desconforto. Como sou muito bom garfo (e faca, e colher, e pratos e tudo, porque adoro comer), compenso no exercício. Mas até para a comida, por (muitas) vezes, transfiro a minha neurose. Às vezes, escolher umas simples bolachas no hipermercado, leva-me 10 minutos. A sério.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

From my sadness

Estou triste. Assim, simplesmente triste. Olho o mundo através de olhos embaciados e músicas dos 80's. Sinto tanta coisa cá dentro estilhaçada. Apercebo-me da escuridão que por aqui reina e da pouca vontade em incendiar isto de luz. Ficar a um canto, sozinha, com música e livros. É isto que me apetece. Tenho uma letra de uma musica "encomendada" e já sabia que não ia conseguir, para que é que aceitei o desafio? Já soube escrever, noutros tempos. Idos.
Tenho coisas e palavras pendentes e o globo à minha frente para escolher o destino de uma jornada all by myself. Tenho ainda três noites por fazer, depois da última me ter, mais uma vez, dilacerado o que resta do coração.

Tenho dúvidas a saltarem-me e uma dissertação para agarrar para meados de setembro. Preciso de um rise and shine. 

terça-feira, 14 de agosto de 2012

O meu tempo muda com o teu. Melhor, o meu tempo, acentua-se com o teu. Se estás de vento, eu assumo-me como o siroco. Se estás de chuva, eu brindo-te com a minha luz numa estrondosa trovoada. Se estás de sol, eu faço com que a temperatura atinja máximos. Porque eu não sou lume brando nem meios termos. Sou sempre o pior e o melhor, assim, intempestiva. Eu, que aprendi que o cinzento é o equilíbrio entre o preto e o branco, sou de luz ou de negrume, nunca daquele degradé de fim de noite ou de dia. Assim, tudo a ser vivido na taquicardia, que o meu coração, sinto-o muitas vezes, vive no limite.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

friend (+) ship

Hoje apeteceu-me dizer-te que és uma parva, que me enervas, que me fizeste duvidar se posso mesmo contar contigo. Isso um segundo antes das tuas palavras em jeito de riso, desse quase pedido de desculpa que continuou a ser em tons de amarelo, da tua leveza (como é tão bom ver-te feliz, luminosa, nesse teu lado solar), da nossa cumplicidade.
És uma parva, és mesmo e eu gosto tanto de ti. Amaldiçoo essa doença porque me faz sempre pensar que nunca te vou conhecer realmente, que és sempre mais do que esse ponto de interrogação repetido. Desafias-me mas, acima de tudo, estás aqui. E é tão bom ter-te conhecido, sentir-te uma amiga nesta terra que nunca pensei dar-me mais do que trabalho.

sábado, 4 de agosto de 2012

Há sempre um tempo em que mudamos. Há sempre um tempo em que batemos com a porta, ainda que subtilmente, e mudamos de endereço. Pequenas ou grandes mudanças, tudo ou nada, evolução ou involução, não interessa. Mudar, sim. Alterar e alterar-mo-nos. Re-escrever algo, passar para outro lado. Mas isto não implica que não tenhamos saudades do que ficou para trás, do antes da mudança.
Eu tenho saudades de quando tinha noites de verão infindáveis, ao som dos barulhinhos nocturnos, sempre com a luz da lua ou das estrelas a pontuarem-me os sonhos. Eu cresci, entrei no mundo laboral, faço malabarismos entre a cidade onde trabalho e o lugar onde vivo, tento conciliar estar com toda a gente mas o tempo escorre-me por entre os dedos. Quando chego ao quarto para dormir, a varanda já não me impele, já não ficou sentada a olhar para o vazio.

E há uns dias, quando me apercebi que este meu ritual dos verões tinha terminado sem eu dar por isso, senti aquele remorso de me estar a perder de mim mesma, a angustia do tempo passar e as minhas forças tão pequeninas para o fazer parar. Esta angústia de crescer, sim, de ser adulta. Já sou uma adulta e ninguém me avisou.