sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Ano novo

Toda a gente faz o seu balanço do ano velho. Toda a gente faz projectos para o ano novo. Eu acho giro porque é sempre o mesmo ciclo e o ano novo pode ser quando eu quiser. Mas não quero também eu deixar de fazer os meus planos. Na verdade, não há grandes planos. Há que agradecer pelo que tive e pedir que seja igual. Venha daí muita saúde. Venham daí muitos momentos românticos contigo, muitos mimos, muitas discussões construtivas e muita aprendizagem para sermos felizes.E muitas noites a trabalhar no hospital que é bom presságio. Venha daí a família sempre unida. E, se for possível, muita formação profissional. Venha daí a coragem para enfrentarmos a crise. E muitos momentos bons com os amigos. E é isso. Venha daí a vida.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Unintended

Tu podias ser a minha palavra se eu falasse. O brilho dos meus sonhos se não tivesse pesadelos. Os meus passos se eu não me recusasse caminhar. A minha transparência se eu não fosse opaca. Tu podias ser o meu analgésico e és o antídoto, o que pode ser uma antítese. E se isto não fosse uma metáfora, podia ser uma personificação.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Não passam de reliquias as lembranças. Parece que já foi há tanto tempo e talvez ainda tenha sido ontem. Há coisas que se quebram que já não dá para comprar igual. E eu pergunto-me se é aqui que quero continuar.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Eles


Eles foram dois corpos sem forma que um dia renasceram juntos. Foram dois corpos que nunca souberam comunicar, mesmo que falassem entre si. Corpos que nunca se misturaram, que nunca souberam dançar a melodia dos amantes tardios. Que nunca se souberam esperar. Nunca souberam mais nada do que o orgulho. Eles foram sempre dois, as suas histórias nunca foram A estória, porque nunca souberam ser menos que dois. Queriam ser muita gente quando era esse o segredo, ser apenas um. Eles nunca se conheceram bem, apesar de acharem que sim. E quando se olhavam, não viam mais do que o fim do mundo, do que a tormenta. Eles não sabiam que o cinzento existia. Viviam num limite, ou se calhar ela no menos infinito e ele no mais infinito. Eles eram o demónio e o anjo ao mesmo tempo, a palavra e o silêncio, a noite e o dia.

Eles foram sempre eles, sem nunca sermos nós.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Medo


Há que ter medo. Sempre medo. Não um medo escuro. Um medo transparente. Um medo que não nos sofoque mas que não nos dê excesso de confiança. Com medo a mais, vivemos de menos. Com medo a menos, vivemos na loucura. E a loucura não nos deixa ver com a clareza suficiente o que é realmente importante. Ter medo pode ser limitador ou motivador. A escolha é nossa.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Os feriados bons

são com sonos prolongados, sem relógios nem pesadelos. São com cafés numa esplanada e conversas cúmplices. Depois chuva e gelado. E um passeio. E ainda um bom jantar. Acabar no sofá, com muita preguiça mas feliz. Amanhã é dia de trabalho e é bom também.

domingo, 5 de dezembro de 2010

< 3

Quero tréguas de um cansaço emocional. Quero deitar-te no meu peito para que sintas que os meus batimentos cardíacos se acalmam quando estás comigo, quando me falas com doçura, quando me enrolas os caracóis na ponta dos dedos e quando me dizes que o futuro é nosso. Quero dias sem horas, sem partidas nem regressos, apenas o vazio, a imensidão de relógios sem ponteiros. Quero as palavras ditas no timing certo, palavras que rimem com afectos bons, com mimos bons, com sorrisos melhores ainda. Quero chuva lá fora enquanto me enches de sol. Quero-nos tanto, ás vezes mais, às vezes menos, dependendo dos nossos humores lábeis, mas sempre.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Do facebook


Ponto nº 1: Eu não entendo como é que me enchem o mural do facebook com frasesinhas ou citações pirosas de tudo quanto é livro ou pensadores mais ou menos filosóficos. Apercebo-me que há pessoas que conseguem publicar umas dez seguidas! Ou andamos muito espirituosos e com isto da crise nos tornamos mais recatados nos nossos pensamentos e mais disciplinados no coração; ou é tudo para demonstrar que somos uns intelectuais geniais; ou é para ver se sacamos alguns comentários porque tem-se uma vida miserável e socialmente nula ou, ainda, mandar alguma indirecta. E depois vão-se a ver os autores e é sempre a Margaridinha Rebelo Pinto (onde estava com a cabeça para no passado ter comprado livros dela??) ou o Nicholas Sparks (idem aspas) ou de outros autores muito light (e muito sem sal também).


Ponto nº2 Porque é que existem pessoas que estão sempre a actualizar o espacinho que diz "em que estás a pensar?". Encontram-se pérolas do genero "já não aguento mais"; "não tenho sono"; "não me apetece ir trabalhar"; "a comer chocolate"; "a fazer o presépio"; "um dia tudo pode mudar". WTF? O que é que isso me interessa? Não têm vida real? Vejam a Casa dos Segredos.