quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Diário de Bordo*


Desta vez, publico o diário de bordo no blog. [Faço sempre diários de bordo]

Mas tu queres ir mesmo com este tempo? [perguntei-te]. Claro que sim. Deixa de ser pessimista. [respondeste-me].
Um inter-cidades praticamente só para nós num início de noite ventoso. Uma conversa que durou duas horas e meia. [Sim, o Oriente fica a duas horas e meia de viagem de comboio]. Confidências em dia e muita adrenalina na nossa corrente sanguínea. Ou expectativa. Sozinhas na capital? Pareceu-nos bem.
Vasco da Gama e a brincadeira com as luzes que davam música. A 'nossa' casa. Desfazer a mala, mapa na cama e escolher lugares. Começam as mensagens. O primeiro convite para a tarde do dia seguinte. Sim,vamos.


As compras. O primeiro almoço. 13:15. Sabes onde fica para nos vires buscar? Claro que soube. Rever o pessoal. As fotos. O Pousal. As pessoas do Pousal. As crianças que marcaram. Planos para a noite?. Olival de Basto. Fnac do Colombo e bilhetes esgotados. Conhecer pessoas. O jantar no restaurante indiano. O que é que vou jantar? Sugere lá:) A ponte. Outra ponte! A mesma, afinal. Parque das Nações. O jardim da música. Aquele bar simpático, o Peter's. As conversas sobre política, maçonaria, futebol, literatura e mais alguns temas interessantes'. Fotos. Voltamos a O.B. Enquanto esperamos, jogamos todos à bola. Próxima paragem: Bairro Alto. O mítico. Mais gente nova. Mais fotos. Dormir que isto já são horas de levantar.


Um almoço. A salada de fruta. Despacha-te que eles já estão aí à porta. Nós os quatro. O coração da capital. O castelo. Fotos. A vista. Ali fica isto e aquilo. Lisboa ao entardecer. Queremo-vos cá na passagem de ano. Não podemos. Claro que podem. Jantar. E façam pouco barulho. Torres Vedras. Tás com medo da condução dele?:p Pista de gelo. Eu vou caaaaiiiiiir. As fotos. Que frio. O pessoal todo. E agora? Agora vamos dormir que amanhã queremos acordar cedo.


Autocarro. Metro. Eléctrico. Agora deixo-vos cá sozinhas e juízo. Mosteiro. Fotos. O túmulo[sepulco,como ela disse] do meu Fernandito. Fotos. Museu. Almoço. Padrão dos Descobrimentos. Fotos. O Tejo. A Torre de Belém. Fotos. O lugar inspira-me. O Gago Coutinho e o Sacadura Cabral. [não, eles não são a mesma pessoa] O táxi grátis. Os três. O gps. Chegámos. O inter-rail prometido [nem que vamos só os dois]. De novo, os quatro. O Sporting ganhou ao Benfica em Futsal:). Cinco. Torres. A praia. O teu cabelo é mesmo fofinho. Jantar em nossa casa de novo? Chiu. Pai, vim ver o Sporting. Não vim nada. Segue-se a ponte. Freeport de Alcochete. E o bowling. Deixa lá ver o que é que me apetece beber. A aposta. Fotos. Dvd? Sim, dvd's. Sono. O bebé parece um et. As minhas mãos sempre frias. Deixem-nos ouvir o filme. De novo, os quatro. Um filme do pior. Muito sono. Que frio. Até amanhã [logo].


Arrumar tudo. O último almoço. Eles vão-nos levar. Prontas. Comprar bilhetes. O meu número. Um último passeio. Vocês vão lá acima? [A minha mãe deserda-me, nunca estou em casa]. Mas vamos mesmo. Mostramos o Porto. Prometido. Despedida. A saudade sem palavras.


Diria que foi Xpto [o que significa?]. Qualquer coisa de mágico.





sábado, 15 de dezembro de 2007



Sou volátil. A imprevisibilidade rouba-me o fôlego. O medo que a perfeição se torne um vício arrepia-me os sonhos.


E de cada vez que me assalta o coração, é como se o deixasse ainda mais completo.

domingo, 25 de novembro de 2007

Borboletas

Borboletas no estômago
[ou a serotonina descompensada]
De confusão. De cançaso. De ausências. De palavras a sangue.

[borboletas no estômago]
De leveza. De sorrisos. De equilíbrio. De sintonia. De risos. De perfeição.

[e as borboletas no outono. logo no outono. incrível]
De tudo. De nada. De singular. De plural. Do mundo.

[e as borboletas. vou coleccioná-las. não quero deixá-las ir. não agora. que são tudo]

sábado, 10 de novembro de 2007

Segredos

Não há amor mais bonito do que o de Pedro e Inês.

A minha pseudo-estupidez faz-me imaginar Inês no convento de Santa Clara, a enviar cartas pelo riacho abaixo ao seu príncipe encantado. Fico a vê-la de cabelos longos, a sonhar com o momento em que podiam assumir tudo sem o medo de serem julgados.
Minha cara Inês, para a tua próxima reencarnação, não ouses cometer esse erro.
Podias ter ficado toda a vida a enviar-lhe os ditos bilhetes e a encontrarem-se na Fonte dos Amores. Terias poupado a tua morte prematura. Mas sendo assim, a história já não teria a magia que tem. Principalmente a parte que eu mais gosto e que é fantasia pura: Pedro a apunhalar quem te matou e a tirar-lhes o coração pelas costelas e a fazer de ti rainha, já morta, obrigando todos os súbditos a beijar-te a mão.


Não há coisa mais bela do que os amores secretos. A emoção dos sorrisos disfarçados; as desculpas;
a insensatez; os beijos roubados no silêncio; a ingenuidade. O dar as mãos sentindo que pode ser a última vez, naquele gesto escondido, imperceptível; o abraço apertado e as palavras murmuradas por entre sonhos impossíveis.
Não há e ponto.

sábado, 27 de outubro de 2007

Pausa

[Pausa do mundo real]
Hoje não tenho respostas fundamentadas nem conceitos complexos. Muito menos frases elaboradas e certezas inquestionáveis.
Hoje sou eu, ortónima de corpo e essência. Hoje esqueço-me da ambiguidade das palvras e digo coisas simples e sorrisos abertos. Deixo que o cansaço se dilua pelas horas, aceitando que sou mortal e não um software de teoria e prática.

E estendo os braços, como uma criança pequenina, para que me peguem ao colo, me dêm um abraço bem forte e me segredem ao ouvido coisas parvas.


domingo, 23 de setembro de 2007

Devaneios


A taquipsiquia persegue-me. Preciso de uma conversa decente que me resuma os meus últimos devaneios e me dê a mão de regresso ao mundo real. Dois telefonemas, uma mesa de café e a sensação única de que se isto não fosse a minha vida, não poderia ser de mais ninguém.

Lembrei-me da outra vez em que me apresentaram a alguém como sendo a 'que não gosta de finais felizes'. Desatamos a rir. Já me apresentaram milhares de vezes e de várias formas. Esta foi a melhor. Pergunto-lhes como me vêm. Alguém me responde que personifico a poesia. Fico a pensar e pergunto que tipo de poesia. Outra pessoa diz-me que depende dos dias. Ás vezes Álvaro de Campos, Ricardo Reis, Florbela Espanca mas essencialmente Sophia.

Mudo de assunto. Deu-me saudade de um verão que termina. Fico a imaginar como coisas más podem evoluir para a perfeição. Como é tudo tão instável, impossível de conjugar e condensar numa mesma sintonia. E como posso ter tudo e decidir recomeçar do nada. E como mesmo não tendo nada, não há tristeza ou desespero. Conheço muito mais do que julguei possível a minha essência. E isso leva-me a raramente encontrar equiparação para as minhas aspirações. Pode ser que um dia conheça a perfeição linear que me permita declamar sem medo o meu poema preferido que, só por acaso, é da Sophia.

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

30 & tal


A amizade. Os debates. O sono [muito]. As odiáveis 7:30 da manhã. A comunidade. O que são cupões? O riso. O cansaço. O encontro. O querer partilhar sem encontrar palavras. A lua. O fogo. A certeza de Ele existir. A história dos cupões. A música. O filme. A chuva. Vai mais um cupão. As antissociais. A incerteza. Bolachas. O lenço verde. O verdadeiro tudo por tudo. Fotografias. A missa e os cupões. O passeio. O querer chorar. A pureza. As mensagens até às duas. Dar a mão. Silêncio. Pedir-Lhe por todos os que fazem parte de mim. O arraial. A dança. As conversas a meio tom.O aprender a dançar música pimba. E mais um cupão [que não será o último]:p

Sim, vou entrar. Continuo à procura de outras respostas. Aos 30 e tal aos restantes cento e tal...um obrigada*

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Conversas com Fernando Pessoa

'Partida.
Dois e dois são quatro. Mas também podem ser cinco. E podem ser quatro e cinco, simultaneamente. E é tudo [mas poderia ter sido nada]. A eloquência de instantes prolongados, a insensatez de pensar que pode ser imortal.
Cinco e zero é mesmo cinco. Foi a tua vez. Se te perguntarem o que sou, diz-lhes que sou uma antítese e uma metáfora.
[Tu não percebeste, tanto melhor]
Seis, sete, oito (...). Perdes-te na tua própria armadilha. Continuo sozinha, o jogo.
Dois e seis, não tenho bem a certeza. Esta taquicardia de te aproximares, faz-me temer a tua vitória. Não deixo. Desistes porque és paz e eu sou guerra. Equilíbrio.
[Se o equilíbrio fosse quebrado ou a simetria destruída? Faltaria a mediatriz da existencia, o ponto médio entre ser e não ser. Mais uma forma de aceder à loucura?]
Penso, discuto-o. Não o entendes, preferes continuar o jogo. Esquece, já o arrumei. Não me apetece voltar a dispô-lo. Já disse que não me apetece e não voltes a prender-me a mão.
Ficamo-nos pelo vazio. Eu não tenho nada a dizer, tu tens mas o medo supera-o.
[Segundos depois]
Vamos jogar ping-pong?'

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Meu pequeno T3


Quando eu te encontrar, sei que vais ser como eu: um arquitecto de sonhos. A nossa casa vai ser construída num sítio simpático, com uma vizinhança do género 'desesperate housewifes', onde possamos ter como cenário um pôr-do-sol mágico e consigamos ver a lua em todas as suas fases.

Vai ser um casa moderna, daquelas com linhas simples e direitas, com muitos vidros, para entrar muita luz. Não vai ser muito grande nem muito pequena: funcional. Vai ter três quartos e uma biblioteca/escritório, onde se possa colocar todos os meus livros, os teus e os das crianças. Não daquelas bibliotecas austeras, com enciclopédias que nunca serão abertas, mas com os meus livros da Anita, os que sobreviveram à minha estupidez de 'rasgar-livros-porque-não-gostava-deles', do género 'branca de neve e os sete anões', a minha colecção de 'Os Cinco', os do Harry Potter e depois, todos os romances, os livros de ficção e os de poesia. Acredita que tenho muitos, nunca os contei, mas são algumas centenas. E na sala, vamos ter uma aparelhagem potente, para ouvirmos todas as nossas músicas.

A decoração vai ser também moderna, sem grandes aparatos mas dinâmica e alegre. E vamos ter um alpendre, com uma daquelas redes e umas cadeiras confortáveis, para que nunca deixemos entrar a rotina. Não é preciso ter piscina mas é obrigatório um jardim grande, com relva e alfazema, e um baloiço onde a Margarida e o Martim possam sentir-se livres. Também podes plantar algumas árvores de frutos e pensar em ter um cão. E não o vamos comprar, vamos buscá-lo a um canil, não quero um desses cães estúpidos e mimados.

Ah, esqueci-me, o nosso pequeno T3 vai ser pintado de branco, a minha cor favorita.




[Ás vezes, também sei escrever crónicas idiotas como a Margarida Rebelo Pinto] :p

terça-feira, 31 de julho de 2007

Corda Partida


'Quando naquela noite, enquanto tocavas a nossa música, a corda da viola partiu, devia ter entendido isso como um prenúncio da nossa impossibilidade.
Mas não. Estava completamante alheada da realidade, eras tão ímpar, tão perfeito dentro da perfeição que eu puderia dispensar a alguém. E éramos [somos] tão semelhantes até nas coisas mais triviais. Deve ter sido por isso que quando nos sincronizamos nos mesmos afectos, tivémos os mesmos medos e refugiámo-nos no que mais amamos: a música e a escrita.
Sabes o que diziam quando estávamos juntos? Que parecia que formávamos um halo de entendimento, impossível de ser transporsto po outros. Não sei se é verdade, é mais fácil para que está de fora ver isso. Mas sempre sentimos que o tempo que partilhávamos era muito pouco, parecia que havia sempre mais a dizer e a sorrir. Como te disse, ensinaste-me as simplicidades da existência. Contigo as minhas angústias não faziam sentido, não existiam as questões nem o medo do futuro, sabes porquê? Porque eu via o futuro contigo. Sentia que se ficasse contigo, seria para sempre. E isso aconhegava-me a alma, dava-me a sensação de protecção que jamais sentira.
Algo que nos transcende decidiu por nós , já que nós não o conseguimos e hoje olho para tudo isso como se fizesse parte de outra existência paralela. Hoje sei que a história que protagonizámos, mesmo não tendo a acção de todos os contos de encantar, como a cinderela e a bela adormecida [esses livro que desde miúda nunca gostei e trocava-os pelos livros de aventuras e da Anita], nem o final que eu queria [na altura], é das histórias mais belas que alguém me contou.
Poderia ter-te escrito cartas para o resto da vida, sabendo que sempre gostaste de ler o que escrevo e me confessaste que aquela carta tinha sido a melhor que algum dia receberas. Poderia ter-te declamado poesia sempre que te sentisses triste [coisa quase impossível, visto seres uma das pessoas mais felizes que conheço]. Poderia ter-te dedicado um livro. Poderia ter ficado mesmo para sempre.
Mas hoje, este 'para sempre' assusta-me. Hoje, todo esse vácuo psicológico que vivi, não condiz comigo.
E tal como chegaste, em silêncio e de forma subtil, deixei que partisses de forma gradual, quase sem dar por isso porque, afinal, a parte que eu preciso, ainda me manda mensagens a dizer que tem saudades, ainda sai e assiste a metade dos concertos comigo e, essencialmente, não me julga. Hoje, que te vejo apenas do prisma das amizades perfeitas, sei que me chegam as vezes que fazemos malabarismos com o tempo para conseguirmos estar juntos, as conversas longas e sempre alegres e os abraços perfeitos que damos quando nos despedimos. '

[...]

quinta-feira, 19 de julho de 2007




Hoje é um dos dias que parece que todo o meu conteúdo cerebral vai sair, tal a dor que sinto, tal a violência com que as palavras combatem à minha volta. Pedia-lhes para se calarem, mas saio, como sempre saí e fingi não estar sequer a ouvir. Mas hoje, num hoje que se tem vindo a prolongar, dava tudo para partir, deixar para trás laços necessários mas inúteis e esquecer que um dia pertenci aqui. Quero mesmo perceber o vazio que surge depois de entender que já não tenho a protecção, o conforto, as raízes, lugar. E quero amar esse vazio, esse desprendimento, colmatando-o com a possibilidade de poder ser mais do que sou, ajudar e amar mais do que algum dia imaginarei.

Fico a olhar para esta máquina parva, a pedir-lhe que me abrace e me tire toda esta tristeza que se esvai. Mas se há coisas que devemos saber das máquinas é que elas nunca serão emocionais como nós. Eu é que gostava de ser como elas, fria, implacável, indiferente a sentimentos e emoções desnecessários.





[se faz favor, era um bilhete sem volta para um dos fins do mundo]

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Cartas cruzadas


[...]
Aprendi a aceitar-te quando vens e a abrir-te a porta para saíres. Deixas sempre a chave porque voltas sempre. E há-de ser sempre este ciclo, de ausências programadas e regressos intempestivos. Se isto não fosse uma metáfora, imagino-te a regressar com uma mala cheia de experiências, o teu rosto cansado mas expectante, abraçando-me com a tristeza na alma por saberes que num amanhã qualquer, voltarias a partir.
Aprendi também a aceitar a tua liberdade. Mais ainda, a adoptá-la também. Sei que, embora precise de raízes [tanto como tu], ainda não sinto uma razão para as deixar crescer. Aqueles que poderiam ter-me feito ficar, não o souberam fazer [e foram tão poucos] e tu, foste um deles, num qualquer pretérito (im)perfeito.

Incrível como a diferença se ressalta em nós. Tu és noite e eu dia. Tu és palavras ditas, eu sou palavras escritas. Tu evitas afectos, eu procuro afectos. Mas há qualquer complementaridade que nos foge do senso comum, que nos aproxima apesar de tudo o que de mau também já vivemos.
Ainda não crescemos tudo, mas hoje, quando penso em ti, sorrio com toda a emoção que reservo aos amigos realmente especiais. E mesmo quando voltares a essa distância, a esse longínquo pleonasmo de emoções que te fazem esquecer o que até gostas de cuidar, prometo-te a minha [ainda que pequena] protecção.

[...]

sábado, 7 de julho de 2007


Acaba-se assim mais um ano. O meu segundo ano na faculdade.
O temível ano que todos afirmavam ser a mais dura prova teórica esbate-se assim, com a rapidez e leveza de ter sido o ano das novidades, dos sorrisos, de alguns trabalhos, de estudo intensivo apenas na época de frequências e de algum orgulho próprio.
Esquissos momentos com os amigos, as peripécias, os passeios pela adorada Coimbra, as praxes, a queima, os jantares, as visitas dos amigos, a perfeição e a angústia.

Descubro numa qualquer unidade extra-curricular, a que chamam experiência, que tudo é apenas um ciclo e eu, rotinofóbica por natureza, espero quebrar este meu ciclo, apesar de em cada volta me surpreender com coisas boas. Amante da liberdade, sei-me apenas cansada deste turismo pela existência, perdida nos meus próprios conceitos e cansada da racionalidade que se impõe. Gosto dos momentos onde existe a electrizante plenitude de emoções e tenho tentado evitar os laços, aqueles que me prendem já me limitam bastante. Afinal ninguém é livre porque toda a gente ama, e o amor, seja ele de que forma for [até disfarçado de ódio] é a maior condicionante da liberdade.

Alguém me disse que sou e penso assim porque as pessoas que sabem ficar comigo, nunca são as pessoas com quem eu quero ficar. Deve haver aí uma desregulação afectiva qualquer no meu sistema límbico, que me diferencia um pouco dos comuns mortais. Incomum, já eu me sentia, agora neurologicamente diferente, é-me novo.


[Nada a que não me habitue]

quinta-feira, 28 de junho de 2007

Génios

Einsten introduziu a teoria da Relatividade, sabendo pouco ou nada de como a física e as questões linguísticas se podem intersectar.E o Einsten era um génio, como o era Fernando Pessoa, Leonardo da Vinci, Darwin.
Pergunto-me, para que nos servem tantos neurónios se vivemos na mediocridade? Ou cada um de nós é um génio?Se eu realmente fosse assim, não ficava com uma taquicardia desgraçada de cada vez que entro numa sala de exames, ou me apercebo que tenho um dossier cheio de folhas para empinar [sim, empinar, e não me venham com conclusões que, como dizia o meu FP, "a única conclusão é morrer"]. Na maior parte dessas folhas imaculadas, onde predominam quadradinhos de diapositivos, todos tão bem arrumadinhos, [a maior parte já com os apontamentos das aulas] encontro aquelas frases que me deliciam a mente: fragmentos de poesias minhas ou dos meus poetas preferidos, letras das músicas que me dizem muito, algumas calinadas dos profs,ou as frases dos amigos que tanto me fazem sorrir.Fico no anfiteatro a ouvir palavras que pouco me dizem, sempre com sono a mais ou paciência a menos. Há dias em que tenho sorte, daqueles em que o pessoal se lembra que, ah e tal, as aulas teóricas devem servir para alguma coisa. E nesses dias, ponho a conversa em dia, troco mensagens com 'o amigo lá de cima', comento que o prof tem ar de gay e que vestir aquela camisola aos losangulos amarelos-roxos-vermelhos-verdes devia ser considerado um acto de puro terrorismo.





[Mas, meus amigos, não se iludam, aparecem sempre os mesmos às aulas teóricas. Se a minha consciência deixasse, juro que também nunca aparecia]