sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Conversas com Fernando Pessoa

'Partida.
Dois e dois são quatro. Mas também podem ser cinco. E podem ser quatro e cinco, simultaneamente. E é tudo [mas poderia ter sido nada]. A eloquência de instantes prolongados, a insensatez de pensar que pode ser imortal.
Cinco e zero é mesmo cinco. Foi a tua vez. Se te perguntarem o que sou, diz-lhes que sou uma antítese e uma metáfora.
[Tu não percebeste, tanto melhor]
Seis, sete, oito (...). Perdes-te na tua própria armadilha. Continuo sozinha, o jogo.
Dois e seis, não tenho bem a certeza. Esta taquicardia de te aproximares, faz-me temer a tua vitória. Não deixo. Desistes porque és paz e eu sou guerra. Equilíbrio.
[Se o equilíbrio fosse quebrado ou a simetria destruída? Faltaria a mediatriz da existencia, o ponto médio entre ser e não ser. Mais uma forma de aceder à loucura?]
Penso, discuto-o. Não o entendes, preferes continuar o jogo. Esquece, já o arrumei. Não me apetece voltar a dispô-lo. Já disse que não me apetece e não voltes a prender-me a mão.
Ficamo-nos pelo vazio. Eu não tenho nada a dizer, tu tens mas o medo supera-o.
[Segundos depois]
Vamos jogar ping-pong?'

1 comentário:

Anónimo disse...

Espiral. Mt fixe!