segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Gratidão*

Grata. Pelo ano, pelas pessoas. Pela saúde. Pela paz. 
Deste ano guardo muitas coisas boas e más, como em todos os anos. Guardo pessoas conquistadas e pessoas perdidas. Guardo saúde. Guardo conquistas. Guardo viagens. Guardo o amor e a protecção. Deste ano guardo uma dissertação concluída (vá, falta a defesa). E notícias mesmo boas (duas pessoas mesmo especiais, irmãs quase, foram pedidas em casamento e fui tia emprestada). Guardo surpresas e superação física. Guardo tudo na memória e no coração.

Para o ano? O mesmo. A nossa saúde. O nosso amor. A nossa paz. O nosso trabalho. O nosso mundo.

domingo, 1 de dezembro de 2013

December whishlist


  • Amor, muito;
  • Mariah Carey e os Wham, nos incontornáveis "All I want for Christmas is you" e "Last Christmas", respectivamente;
  • Chá, quentinho, a acompanhar livros, séries, filmes, conversas, revistas;
  • Sol, o máximo que puder ser;
  • Corridas e exercício bom;
  • Prendas de Natal a comprar com muita dedicação;
  • E saúde.

Agora que a Dissertação está entregue, voltamos a ter outra disponibilidade. Se não for mais, intelectualmente.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Praticar o desapego

Sentir saudade do que nos fez bem é normal. Sorrir das lembranças  de cor de dia de verão. Ficar nostálgica pelo que se ergueu e pelo que ruiu. No meu coração a nossa amizade ruiu. Foi devagar, porque sempre acreditei que as amizades como as nossas eram inabaláveis. Quer dizer, será que fomos mesmo amigas? Eu já não sei e é parte mais triste de tudo. Não sei qual de ti conheci nem sei o quão foste de verdade tu. Não sei e é mau. Acredito que sejas a pessoa boa que aparentavas ser. Porque eu pensava que te conhecia o lado lunar. Afinal não. Esse lado tão dramático e obscuro é maior e mais estranho do que aparenta: é um poço de manipulação. E se achava que a doença podia justificar tudo (a tua teimosia, o teu discurso verborreico, as tuas implicações, as tuas tristezas, as tuas flutuações de humor, a tua histeria), acho agora que conheci a doença mas não te conheci a ti. Ou então fizeste da doença o teu escudo protector. Quão vil pode isto soar?

E é tão confuso. Não avassalador. Tão impensável.

A nossa amizade ruiu de vez e agora sou eu quem já não tem interesse em reconstruí-la. Porque a saudade é forte mas esbate. Porque longe da vista, longe do coração. Porque devemos treinar o desapego. Porque sim e porque não. E por todas as razões e mais umas tantas.

sábado, 12 de outubro de 2013

De Madrid

Madrid soube a pouco e a muito. A certeza de que se viu tudo e o querer ficar mais um pouco. Eu gosto muito do modo de vida dos espanhóis, das suas cidades com arquitectura antiga, das suas praças e pracetas, das tapas e das pipas. Aliás, eu adoro passear, viajar, conhecer, absorver, respirar novo, ver cidades. Eu gostei do Guernica (suspirei durante anos para conhecer o quadro) mas o verdadeiro deslumbre veio com o Salvador Dali (surrealismo é a minha definição de arte), eu que já vi tantos quadros dele e ainda me surpreendo. Gostei da Plaza Mayor mas achei a Porta do Sol uma desilusão. Gostei do Parque do Retiro e lambuzei-me com tapas. Perdi mais uns medos num parque de diversões. Mas o melhor, sempre o melhor de tudo, é partilhar estes momentos. E partilhar com quem amamos. Com quem nos dá a mão e atura os devaneios. Com quem se deslumbra também com a vida. Com quem tanto aprendemos e ensinamos. Com o Amor que, quero, seja para vida. Com o meu amor. 

E eu só peço que o futuro nos traga saúde, trabalho remunerado e uma vida de descobertas boas a dois. Por mais negro que o futuro se possa apresentar, nós podemos pintá-lo um bocadinho.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

E eu concordo :)

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

* all the beautiful things

Tenho saudades tuas. Desmesuradas. Tenho vontade de te tocar à campainha e levar-te a correr ao Choupal. Tenho saudades de uma jantarada com um bom vinho tinto. Tenho saudades da varanda da tua casa e de nós os três a conversar. Tenho saudades de te mostrar música. Saudades de um turno contigo.

Onde é que nos perdemos, miúda? Vale de alguma coisa tentar explicar-te que sempre estive do teu lado? Que continuo a guardar-te, tal como ao nosso miúdo grande, como uma das bênçãos que aquele serviço me trouxe? Que te vejo para além dessa doença parva? Que te aceito de braços abertos e esqueço que duvidas de mim? 
Guardo-te. Sempre. Deste lado esquerdo* Guardo-nos, com sorrisos aos molhos e sonhos impossíveis.


*Eels

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Ora, do tempo

Deste que voa. Voa sempre. De um tempo que não dá para agarrar. Ainda ontem andava a correr na praia e a mergulhar numa água deliciosamente quente e hoje saí de mais uma noite de trabalho na cidade que me deu oportunidade de crescer profissionalmente. Ainda ontem o verão começava com dias de sol que não acabavam e hoje, às 20h, já não havia sol.

Eu abomino estes dias que diminuem de luz tão cedo, neste prenúncio de tempos de chuva e frio. Eu sou do Verão. Nunca do inverno (que leva logo com letra minúscula). Eu sou de sol e tenho medo de lados lunares (e logo eu, que tenho várias faces desse prisma). Eu sou de dias, não da noite. Sou de sangria fresca e não de chocolate quente. 

Têm sido raras as vezes em que consigo saborear um momento aparentemente eterno. Tudo está a andar a uma velocidade de ponta e eu desconfio que alguém anda a acelerar o universo. É que só pode.


quarta-feira, 28 de agosto de 2013

De regresso, ou quase

Continuo a dizer que é bom voltarmos aos locais onde fomos felizes. E este ano voltei. Sou uma apaixonada por Espanha. Pela língua, pelo modo de vida, pelas vozes cantadas, pelas paisagens. Erasmus permitiu-me gostar a sério do país (mesmo que não gostem de nós, portugueses), de alguma gastronomia (não há sopa como a nossa!), de alguma música. E é bom passar uns dias longe, a absorver uma cultura diferente, um easy living totalmente bom, uma água quentinha e pessoas que gostam de nós.
As últimas semanas não foram fáceis. Foi uma lesão na perna (que me impossibilitou e ainda condiciona o exercício físico). Foram as inconstâncias familiares. Foi perder uma amizade daquelas que achava inabaláveis (ainda quero acreditar que vais compreender todo este mundo que te rodeia). Foram as horas de penúria com a dissertação. Foi a despedida de mais uma amiga que vai trabalhar para longe. Foi sentir que, mais tarde ou mais cedo, vou ficar sozinha em Coimbra.

Mas depois o equilíbrio tem de partir de nós, também. E, agora mais serena, olho para tudo e respiro fundo. E olho para coisas que quero muito experimentar ou voltar a fazer. E viagens que quero planear. E formas de mimar e agradecer a quem (me) merece. E dar o litro para terminar a dissertação que, começa a ser, um orgulho. E os livros e séries que vou pôr em dia. Se tiver saúde, tudo se faz. E o resto vem.

domingo, 4 de agosto de 2013

Conversas que se perdem nas horas. Dissolvo-me assim, neste tempo que vai amadurecendo e entrando em fase terminal. Parece-me que o Verão abrandou. Parece-me que eu própria perdi um brilho qualquer. Parece-me que estou a perder qualquer coisa, se não for mais, quase nem me recordo das férias que aí vêm. A sério? Mas resgato tudo com estas pessoas tão bonitas, tão dóceis, tão exemplo. Havia de haver mais gente assim. 

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

A(gosto)

E o meu gosto, o meu desejo pequenino, é que consertes em muitas coisas o Julho. Que devolvas esperança. Que desenhes novos sorrisos. Que tragas conquistas redobradas. Que apresentes soluções simples.

Julho foi intenso e eu não sei se preciso de férias porque nem me lembro que tenho direito
a elas, não tarda.

sábado, 20 de julho de 2013

Esta sou eu, hoje sem nos perdoar

Se antevia que isto pudesse acontecer, achava que nunca o farias. Primeiro porque tens sede, ainda que disfarçada, de viver estes mundos no mundo. Segundo porque tens cicatrizes enormes de alguém que (te) fez o mesmo com um desfecho trágico. Terceiro porque sempre ouvi dizer que quem ameaça, não concretiza. 

E agora fazes(me, nos) isto. E eu não sei como lidar. Não sei. Não consigo saber o que te dizer. Não quero, sequer, confrontar-te. Não posso nem faz parte de mim julgar. Então faço-te o quê? Como vou falar contigo? Adio? Confronto? Mostro-te raiva ou esta forma de amar desprendida? Quero realmente saber as razões? Quero realmente saber pormenores? Sabes, há um par de anos eu já lidei com uma coisa semelhante mas a pessoa em questão não me era tão próxima emocionalmente. Portanto, acho que é a primeira vez que me provocam este embotamento afectivo. E eu ainda não reagi. Ainda não chorei ou tive um acesso de riso por alívio. Só pensei. Pensei enquanto corri, pensei enquanto nadei, adormeci a pensar e estava a ouvir o Padre e pensava.

E penso e o que mais me revolta é saber que podia acontecer. E que eu nunca pude fazer nada. Nunca. Não te podia salvar de ti mesma, não te podia injectar sorrisos nem denunciar os teus fantasmas. E isso é que me deixa pior.

No fundo, só quero poder abraçar-te. O mais breve possível. Mesmo que não tenhamos jeito para abraços nem a amizade, tão nossa, se paute assim. Quero-te comigo de novo, com o nosso "irmão mais velho" e umas cervejas, mesmo que eu nunca beba nem vá beber cerveja. Quero-nos sem dramas, mesmo sabendo que isso é impossível.

Quero.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

da idade

A idade. A bela da idade ou a consciência pessoal de que já não vou para nova (mesmo que há 2 duas semanas me tenham recusado vender uma garrafa de vinho por eu não ter documentos comprovativos de que era maior). A idade e a consciência ou a maturidade ou o que quiserem chamar, leva-me a colocar protector solar factor 50 na cara e 30 no corpo. E a re-aplicar conforme a embalagem diz, de duas em duas horas. Ah e já saio de casa com ele. Também comprei um protector solar para cabelos e um creme pós-praia.

Por outro lado, gastei balúrdios num creme de olhos que me previna as rugas e, quase todos os dia, vai de aplicar duas vezes, também conforme a embalagem. Creme de dia só depois de um sérum. E a minha crise existencial é esta: já não vou para nova. Mas isto passa-me. A sério que há-de passar.

domingo, 16 de junho de 2013

Ele

Ele não poderia ser perfeito. Às vezes [muitas] é esquecido. Às vezes impacienta-se. Outras tantas fala mais alto. Não quer vir correr comigo (a bicicleta é outra história). 

Mas depois, depois, quando eu me perco nos nossos momentos, sei que é o meu amor por tanta coisa. Pelo gosto em uníssono de conduzir. Pelas nossas loucuras. Pelo gosto das viagens. Pelo gosto em comer e experimentar novos restaurantes. Pela forma como chega por trás de mim e me abraça. Por aqueles beijos capazes de incendiar uma floresta. Pelas nossas músicas cantadas a altos berros (e por acharmos sempre que os cantores é que se enganam nas letras). Pelos sonhos. 

Olho-te e só te digo que te quero amar e ter-te comigo para o resto da vida*

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Fui ali de férias

Fui conhecer o Algarve (olha a ave rara que já conhece muitas cidades europeias e não conhecia o Algarve) de uma ponta à outra, literalmente.

E gostei. Viajar é, sem dúvida, um dos meus propósitos de vida e tenho a sorte de ter ao meu lado o meu amor que é como eu. Portanto, só espero que tenhamos muita saúde e um pequeno euromilhões para o futuro. Não é pedir muito, certo?


sábado, 1 de junho de 2013

Junho!

Então é assim.

domingo, 19 de maio de 2013

dos cabelos brancos

O que me chateia quando encontro um é perceber que não vou para nova. Os cabelos brancos fazem-me temer o que já passou, porque já passou tanto e eu já tenho vinte e seis anos. Vinte e seis anos que me recordam que a vida adulta já chegou. Parece que ontem tinha quinze e estava a sofrer o meu primeiro desgosto amoroso, ao colo da minha mãe, a chorar baba e ranho. Parece que ontem tinha 18 anos e estava feliz da vida com os melhores amigos que podia ter e com a perspectiva de entrar na faculdade. Parece que ontem sofri um choque quando, através da internet, vi que tinha sido colocada em Coimbra. Parece que ontem tinha 19 anos menos um dia e acabara de passar no exame de condução. Parece que ontem tinha 20 anos e tinha toda a certeza do mundo que nunca ia haver amor como aquele e que nunca ia encontrar ninguém tão imperfeitamente perfeito para mim. Parece que ontem tinha 21 e estava a iniciar o meu namoro com o meu amor. Parece que foi ontem que me inscrevi e fiz Erasmus. Parece que ontem tinha 22 anos e estava a andar a primeira vez de avião, com uma das minhas melhores amigas, rumo a Londres. Parece que ontem tinha 23 anos e estava a terminar a primeira semana de trabalho no serviço onde ainda hoje estou, a chorar de felicidade por estar a fazer o que realmente gostava e tinha estudado para, com pessoas fantásticas. Parece que ontem tinha 24 anos e caí na tontice de preencher os meus dias com um mestrado. E isto passa, pessoas, a um ritmo verdadeiramente insano que me deixa tonta quando olho para trás. Calma aí. Eu ainda não fiz um inter-rail. Eu ainda não fiz uma road trip. Eu ainda não fiquei noite adentro, com os meus amigos, na praia, com uma fogueira, música e gargalhadas. Eu ainda não fui a um concerto com o meu irmão. Eu ainda nada, ponto. E depois, olho para trás, e já tanto. Que dualidade. Que estranheza esta que tragos.

E os cabelos brancos estão aqui. Ainda que poucos mas já a fazerem-me lembrar que isto ou se aproveita ou não dá para pensar no futuro. Porque o meu futuro, estão-me a condenar com cortes salariais, com cortes na saúde, com cortes na eventuais reformas. Porque me estão a hipotecar um futuro que eu pensava longínquo. E o meu futuro é hoje. As pessoas já esperam mais de mim. Já ninguém me pergunta como corre a escola, que área vou escolher ou se já arranjei trabalho. As pessoas perguntam-me quando é que me caso, quando é que tenho o primeiro filho, quando é que venho trabalhar para perto de casa. E isto chateia-me.

sábado, 18 de maio de 2013

Perder.me

Perder-me. Pode ser em qualquer coisa desde que seja uma coisa que valha a pena. E tudo vale tão pouco a pena, neste mundo. Nada do que perco tempo trará realmente conhecimento aos outros mas pensar nisso, auxilia-me a continuar. A gastar tantos minutos preciosos desta vida que não se repetirá, tenho mesmo de me enganar e pensar que vou mudar o mundo. Ou então não. Eu nunca quis mudar o mundo, ao contrário de quase toda a gente. Não sou de idealismos nem de ideias demasiado rígidas. Não procuro desenvolver teorias nem passar a vida agarrada a pensamentos demasiado concisos. Eu sou de letras mas das letras dos sonhos e da irrealidade. Apenas isso.

Portanto, por agora, é só perder.me. Mesmo que seja no sono.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Não é que não tenha algo a dizer ou novidades mais ou menos empolgantes ou divagações sempre estranhas. Tenho tudo. Mas não quero falar de nada. Gasto as palavras com quem as merece e tento guardar um bocadinho para a chata da dissertação que me anda a pôr os cabelos em pé. Tento viver em cada corrida (já faço 8 quilómetros em 46 minutos) e aproveitar a sensação boa que me preenche, de seguida. Essa, de me superar. Se não posso voltar, para já, ao btt, faço algo novo. 
E vive-se. Maio é um mês fofinho que associo às cerejas. E há-de nascer uma princesa, este mês, uma sobrinha de coração. E em Junho chega o Verão.

domingo, 28 de abril de 2013


"Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo"


[A minha paixão pelo Fernando Pessoa, em especial pelo seu Álvaro de Campos, é sobejamente conhecida. Hoje, numa epifania qualquer pós-corrida, decidi que, se fizer uma tatuagem, quero eternizar: "Trago em mim todos os sonhos do mundo" ]. 

Eu tenho medo de tudo o que me digam que é para sempre. Sou ainda uma descrente em muitas áreas. Apesar de o "para sempre" dar muito jeito e ser muito confortante, é, paralelamente, assustador e demasiado vago. Mas se um dia eu decidir que será para sempre, trarei então, comigo, esse fardo de sonhos, de forma perene.

domingo, 21 de abril de 2013

Da minha liberdade (ou da independência)

Isto quando se conquista, é difícil de abdicar. Esta autonomia de acordar a que horas se quer, de comer o que se quer, de ir treinar às horas que nos apetece, de fazer uma salada rápida para o almoço sem ter de me preocupar com o gosto dos outros (porque não há outros), de não ter comida preparada para levar para o serviço e se encher uma tupperware com sopa e uma peça de fruta e vamos embora. Isto de ser eu a mandar em tudo. Isto de ser eu a ter tudo organizado e arrumado à minha maneira (mesmo que possa estar ligeiramente desarrumado aos olhos dos ouros), de ter tudo sempre limpo, de ouvir música ao som que me apetece, de pegar no carro sem dar satisfações para onde vou, de ir beber um copo com os amigos ou simplesmente ficar em casa com eles a comer pão com chouriço e a falar da vida sem ter de avisar que vou chegar tarde. Isto chama-se a tal independência. Conquistei a minha. Sei-me virar sozinha em muita coisa (outra tanta hei-de aprender). Sei ser responsável. Sei conciliar improviso e rotina. Sou tão feliz assim. 
Tenho medo do dia em que a perder. Tenho medo do dia em que terei de planear todas as refeições, prescindir do exercício em prol da família, fazer imensas viagens entre casa e trabalho e ficar sem tempo para mim. Medo de não poder ir dormir quando me apetece. Medo de quando não puder ir sair quando me apetece. Tenho 26 anos. Idade mais do que suficiente para casar, ter filhos e essas coisas espetaculares de ser adulta. Mas sinto-me como se tivesse 20 e estivesse na faculdade. Será normal? Estarei a atravessar uma crise?

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Queria dizer que me sinto um bocadinho cansada e sem paciência e irritável. Mas depois está um sol maravilhoso, em mês e meio consegui chegar aos 40min seguidos a correr e pronto, os dias voam e eu sei cada vez lidar melhor com distâncias e saudades. E a vida é isto. Para se viver.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Chateia-me

Que pensem que me conhecem pelo que escrevi(a). Que me olhem e me achem que conhecem pelas palavras que debito. Eu não sou palavras escritas nem palavras ditas. Eu sou silêncio. Eu guardo-me e escondo-me de tudo o que é confusão e meios sentidos. E as palavras, em todas as suas formas, são meios sentidos, meias verdades e meias mentiras. As palavras podem fazer de mim quem eu quiser mas nunca quem eu sou. As palavras podem mentir e omitir, transfigurar, refugiar ou expulsar. Vêm, pessoas, como as palavras são tão dúbias? Talvez eu seja também dúbia. Eu sei quem sou mas não quero que toda a gente o saiba. Não quero que saibam as minhas fraquezas nem as minhas qualidades. Limitem-se a aceitar a pessoa que se vos afigura. Doce e intempestiva. Calma e irónica. Limitem-se a isso. Limitem-se a viver pela metade e a necessitar sempre da vida dos outros para viverem a vossa. Eu cá estou bem comigo mesma. E é bom.

sábado, 6 de abril de 2013

39km e uma dor no trocânter esquerdo

Na ausência de bicicleta estática, tenho-me dedicado às corridas. Mas hoje lá voltei a pegar na bicicleta de btt pois aliou-se tempo bom + estar em casa + disponibilidade do senhor meu pai e namorado. Tudo muito bem, um sol bom, apesar do vento e, eis que de repente, aparece uma dor na zona do trocânter esquerdo. Sempre que fazia subidas prolongadas, lá sentia aquela dor aguda. E a chegada a casa foi um suplício mas agora estou bem e sem dor. Não gostei. E eu tinha tantas saudades da bicicleta!

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Esta que escreve a duas mãos num teclado, é esta que cuida a duas mãos de outras pessoas. É esta que  corre desenfreadamente para afastar qualquer coisa que não sabe bem o quê e que quando chega, prepara, a duas mãos, uma chávena de chá quente. Esta que pega na bicicleta a duas mãos, e que a duas mãos tem feito da cozinha uma novo mundo. Esta que, a duas mãos, abraça e segura. Às vezes, com duas mãos, também provoca dor, porque a sua profissão o exige. A duas mãos já tentou tocar melodias mas prefere carregar no play e descobrir outras coisas.
A duas mãos faz-se uma vida. Mas a 4, é bem melhor.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Abril águas mil?

Pois que espero que não. Com esta chuva manhosa e este cinzento incomodativo de Março, não há paciência para um mês igual (a nível de tempo, claro). Agora que a hora mudou e os dias cresceram, a nível de luz tardia, quero btt ao final do dia, quero ver o sol a pôr-se enquanto saio para tomar café, quero ir correr sem me preocupar demasiado com o lusco fusco. Pode ser senhores donos da meteorologia? 

quarta-feira, 27 de março de 2013

O meu irmão, essa criatura mais nova que eu sete anos, que eu peguei ao colo mal nasceu, que eu ajudei a crescer, que eu cuidei...Tirou a carta. Oficialmente já pode conduzir. E eu, sinceramente, não sei se ria ou se chore! Estou feliz e orgulhosa mas...ele é o meu bebé! E vê-lo pegar num automóvel... A sério? Tem mesmo de ser? Tem mesmo de crescer tão rápido? 

domingo, 24 de março de 2013

5!

Cinco anos de nós, meu amor. Cinco de anos de uma pergunta urgente que te atravessava a garganta e de uma resposta minha tão sincera. Cinco anos de tudo e, essencialmente, deste sentimento que eu não fazia ideia ser tão avassalador. Cinco anos desse teu sorriso maroto, desses abraços tão reconfortantes, dos teus beijos que me fazem esquecer que há um mundo estranho para além de nós. Se somos perfeitos? Não nem nunca seremos. Quantas vezes já falamos alto, quantas vezes já magoámos, quantas vezes já desesperamos com saudades. E quanta coisa eu já aprendi contigo! Quanto eu já cresci e fui feliz! Quanto eu ainda irei ser!

Cinco anos é tudo e é nada. Para nós é a melhor parte das nossas vidas. E quero muito que assim continue. Tu enches o meu coração de borboletas e ajudas-me a relativizar os meus devaneios. Tu trouxeste-me a calma aos meus pensamentos, o apaziguamento aos meus medos. Eu contigo sou eu mesma, já te disse. E adoro poder ser eu sem me julgares.

Amo-te. Tanto. E ainda tão pouco comparado com o que te posso amar na nossa vida futura. Para sempre, se quisermos ! :)

quinta-feira, 21 de março de 2013

Finalmente peguei na bicicleta e fiz 52km. Finalmente sinto esta moinha boa nas pernas. Felizmente aprendi hoje o que é andar contra o vento (imaginem terem de pedalar numa descida). Felizmente a Primavera chegou em dose de sol e motivação. Agora é pedir à Primavera para ficar. Pedir à chuva e ao frio para irem hibernar. E ser feliz.

terça-feira, 19 de março de 2013

Para o B.

Hoje, enquanto nadava e gastava as últimas energias de uma noite de trabalho, ia escrevendo, mentalmente, tudo o que gostava que levasses na mala de partida.
És mais um dos meus amigos que se vai embora. Por opção, para começares uma nova etapa. És mais um dos meus amigos que deixa o país e vai cheio de esperança (apreensão também, certo?). E eu admiro-te. Ambos sabemos porque vais realmente. Ambos sabemos o quão difíceis foram estes meses. Ambos sabemos que a esperança anda de mão dada com o medo e que tudo pode dar certo ou errado. Nunca se sabe. Pior que ter uma incógnita é ter várias mas sabemos que ficar aqui era estagnar. Era continuar a viver na corda bomba, sempre com o abismo dos dois lados.

Eu acredito em ti e nas milhões de possibilidades que terás para crescer e para ser feliz. Eu acredito que o pior já passou. Que és um Homem como já não existe. Que tens um coração maior do que tu, que não te cabe no peito. Que és uma pessoa boa. Eu acredito no teu futuro mas, se algo correr mal (na mais ínfima possibilidade), eu vou buscar-te ao aeroporto e consolo-te com as músicas e bandas que gostamos. Mas como isso não vai acontecer, ficas, desde já avisado, que adoro Londres e que não me importo de voltar porque me faltam muitas coisas para ver.

Não vou sentir saudades. We still keeping in touch, right friend?

segunda-feira, 18 de março de 2013

Eu já não sei escrever. As letras, sempre tão amigas, tão presentes, as palavras que rimavam sem serem convidadas, sequer, a aparecer. Não sei quando perdi o gosto. Não sei quando me abandonei demasiado a mim mesma e aos meus pensamentos e me esqueci de exteriorizar a revolução que ia cá dentro. Não sei.

Não me tornei numa pessoa menos irónica. Não me transformei numa pessoa menos reflexiva (pelo contrário). Não deixei de ter dúvidas nem medos (antes tivesse). Continuo a ter opiniões, a ter necessidade de falar mas olho para uma folha e todos os meus sentidos se alteram, toda a minha distracção se enovela e se mistura com ideias sem nexo. Não sei escrever. Nunca soube, convenço-me agora. Não sei dizer nada porque todo o meu mundo é, agora, demasiado real e eu já não sei fantasiar. Já não sei brincar com o abstracto. Que falta que isso me faz, sabem? Mas nem tudo é mau. Se já não me apaixono por palavras, adormeço a encontrar a música. Exploro os meus limites físicos e a minha resistência em bicicletas e corrida. Dedico-me a transformar ingredientes em pratos bons. Aprendo a viver comigo e com a solidão de quem já não sabe bem onde vive nem que cidade é sua (e esta Coimbra que já me (des)encanta há 8 anos). Aprendo que tomar um café a ler o jornal e a estudar as pessoas à volta é dos vícios mais relaxantes. E, claro, tenho sempre os meus livros. Podem levar-me tudo menos o gosto por ler. Aposto a vida em como vou retirar sempre o maior prazer da leitura.

Esta sou eu, já sem saber dizer coisas bonitas. Esta sou, a arranjar desculpas para não sentir falta desse heterónimo.

terça-feira, 12 de março de 2013

Já se passaram 3 meses desde que me piquei num utente com hepatite c. E hoje, as análises específicas hepáticas revelaram que está tudo bem. Falta a carga viral mas vai estar negativa, concerteza.
E agora, senhora consulta de doenças infecciosas, encontramo-nos só daqui a 3 meses. Porque o pior, dizem, já passou.

E eu sorrio, apesar de andar com uma ansiedade doida, sem razão aparente. Sorrio e agradeço esta bênção, este re-começo.

domingo, 10 de março de 2013

Do Justin Bieber (ou de um mundo maluco)

Acabei de ver numa reportagem televisão, uma miúda de 15 anos com uma tatuagem enorme no braço com o nome do moço. Dizia a rapariga, perante a estupefacção mal-disfarçada do jornalista, que nunca se ia arrepender, que o amor dela pelo cantor ia crescer e ser eterno. A sério? É para isto que andam os pais a crias os filhos? 
Espero que os meus pais tenham visto a notícia e agradecido por não terem assim filhos malucos. Ou isso ou ficarem satisfeitos com a educação que deram. 

quarta-feira, 6 de março de 2013

Ler, ler muito. Dissertação (de vez em quando). Apresentação para formação em serviço. Folgas. Chuva e nada de corridas nem bicicleta. 
Como tenho saudades da Primavera e do Verão, senhores! Já não suporto tanta roupa escura, tantos casacos, botas e toda esta panóplia pesada de Inverno! Eu sou de Verão, decididamente. Sempre fui. Calor a mais nunca é problema. Roupas brancas ou claras, calções e sabrinas/sandálias. Tão simples, tão prático, tão trendy, tão leve. Quero noites grandes, gelados e sangria gelada. Quero horas de bicicleta ao fim da tarde ou corridas bem cedo. Quero mais sorrisos nas pessoas, mais bijuteria, mais cabelos soltos. Quero praia. Quero esplanadas e sardinhas assadas.

Sou só eu?

sábado, 2 de março de 2013

42.8 Km e dia de aniversário

Então e o que se faz no dia de aniversário, para além de receber os parabéns e os presentes fofinhos?
Vai-se para o mato, de bicicleta, fazer 42,8 km que souberam tão bem! Há mais de duas semanas que não pegava na bicicleta (a estática não conta, certo?) e foi maravilhoso. Claro que o meu pensamento estava focado no maravilhoso jantar de família que foi perfeito. Em casa, com os pais, mano, avós e namorado. Haverá coisa melhor do que estas simplicidades e estes afectos? Do que aquela liberdade das grandes descidas em que não sabemos o que vamos encontrar a seguir?

Bem-vindos, 26. Que sejam iguais aos 25 mas com mais dois cabelos brancos.

sexta-feira, 1 de março de 2013

Março, oh Março*

Março é o meu mês. Por nada em especial, por tudo de único na minha vida. Março alberga o meu dia de aniversário. O começo da Primavera e a mudança para a hora de verão. Março tem o dia da Poesia. Foi em Março que comecei a namorar com o meu amor.
Portanto, por mais acordos ortográficos que vigorem, para mim, Março terá sempre letra maiúscula.


*já agora podem acompanhar com "Águas de Março" do Tom Jobim e Elis Regina

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

A minha opinião atrasada sobre os Óscares

Gostei muito que o Argo tivesse vencido na categoria de melhor filme. Acho que gostei um bocadinho mais dele do que do Django, não tenho bem a certeza. São dois filmes diferentes mas realmente bons e nada enfadonhos. E pronto, era só isto.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Tenho esta dor de cansaço físico que me turva o discernimento. Tenho esta necessidade de dormir tanto, mesmo sem saber bem quando o vou poder fazer. E tu, dissertação, porque me andas a chatear? Eu sei, eu sei, temos de começar a tratar de ti. Mas és uma chata. Que fique aqui registado.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

I will wait*

Vou esperar que, um dia, o meu trabalho não seja apenas isto de mentir. Hoje disse a um doente meu que ele não ia morrer. O senhor insistia que sim e eu disse que não. Mas vai. Vai morrer com uma doença hematológica qualquer. Ele que me disse que trabalhou uma vida inteira, às vezes 3 dias seguidos sem dormir, por essas estradas fora.

Vou esperar que, um dia, os meus dias não sejam a fazer pensos a 7 úlceras de pressão, à mesma pessoa. Mesmo que já ninguém invista naquele ser magro, frágil e, ainda, relativamente jovem. 

Vou esperar que, um dia, por cada punção que faça, por cada colheita de sangue, eu promova a cura de alguém. O que é uma terrível mentira. Eu não curo ninguém. O que é que colocar um catéter periférico numa pessoa lhe vai fazer, para além de doer? O que eu faço pode ser, no máximo, uma ajuda, uma via que leve vida, energia. Mas nunca cura. Nem as minhas palavras servem de conforto a alguém, eu que minto aos meus doentes para lhes afastar fantasmas em noites intermináveis.

Vou esperar porque, por agora, eu não promovo saúde.  Aliás, eu abomino toda essa conversa da promoção da saúde e prevenção da doença. Chavões, gíria de enfermagem muito agradável ao ouvido e que se materializa em nada, na prática. Porque, para muita gente, a promoção da saúde são uns panfletos e uma sessão de educação para a saúde, toda bonitinha, num power point muito clean cujos efeitos na população/comunidade são zero.

Vou esperar porque eu quero fazer mais do que assistir a estes desfechos em que nada do que faça, restaure uma centelha de vida. Vou esperar porque, embora a morte nos seja a única certeza, há muito mais que se possa fazer enquanto respiramos, há muito sangue desenfreado a correr-nos na corpo, num tumulto furioso mas percursos de tantas sensações boas.

*Na versão tão boa dos Mumford and sons'

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Bicheza da boa que anda para aqui nos meus pulmões. Ter um serviço com 15 pessoas em que, provavelmente, metade estão com infecções respiratórias não ajuda. Portanto, tenho o nariz transformado em torneira, lábios secos e gretados, frio por todos os poros, tosse com expectoração, vontade de fazer nenhum, zero resistência para esforços e, claro, na semana em que mais trabalho. Vai daí e já comecei com um anti-histamico, antibiótico e muito chá e líquidos. Ah e parece que vem aí rouquidão. E já disse que só tenho uma folga esta semana?

A minha mãe faz-me tanta falta! Mas é assim que se cresce, certo?

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Dos nossos dias dos namorados

O amor deve ser dito todos os dias. Assim, com maior ou menor intensidade mas nunca deve ficar em segundo plano. É o amor que nos move, ao contrário de muitas falácias que existem por aí.
Portanto, festejar o dia dos namorados em três dias foi mágico. Realidade? Já? Estava tão bem aninhada em ti.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

48km em bicicleta

Foram puxados. A corrida de ontem, apesar de muito benéfica, contou também com vários exercícios e mais um tanto tempo de caminhada. O bolo completo, que foi mais de uma 01h15min a fazer exercício, deixou-me com algumas dores musculares. E sim, os músculos envolvidos na corrida e na bicicleta são diferentes mas hoje sentia uma espécie de moinha o que não foi compatível com a extensão do percurso. Mas fez-se. Com maior esforço e com menos velocidade mas fez-se. Até porque foi maioritariamente em estrada. E soube bem, com um sol maravilhoso e com os campos cobertos por flores amarelas, que foram um regalo e um tónico emocional.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Falo-vos hoje de corrida

Fiz 4km em 25min. É favor não dizerem que é uma bela de uma bosta porque é. Mas digo que, praticamente, já não corria desde Setembro. E o que eu gostava mesmo de ressaltar foi que me senti feliz a correr. E que aguentava mais. Não corri com medo dos efeitos colaterais, que são as dores, e porque gostava de pegar, amanhã, na bicicleta. Foi um sentimento libertador. O parque vazio, só eu, o meu irmão e o mp4. E claro, a bendita chuva. Não torrencial, como é óbvio, mas uma chuva que nos abençoava, que nos dava ânimo.

Sim, sou viciada em exercício físico. Mas, a maior parte das vezes, é um vício feliz.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Com folga nos Carnaval, mas não estando no Brasil nem em Veneza, desejo a todos um bom frio por essas ruas fora. Não sei se é da idade ou se é mesmo do tempo, mas o espírito de andar por aí a divertir-me em pleno frio é coisa que me atemoriza. O que eu queria mesmo, era estar num hotel assim no meio da neve, com um bom vinho e uma boa lareira. 

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Equilíbrio e mais 32km

Equilibro-me em cima de duas rodas e faço-as andar. Faço-as andar mesmo quando as pernas já não colaboram ou a lama quase me faz cair. Faço-as andar mesmo quando quase perco o equilíbrio com a roda traseira a fugir ou apanho pedras. Também as faço andar nas grandes descidas, mesmo que trave demais.

Equilibro-me para não me desequilibrar nos meus pensamentos, nos meus sonhos. Porque isto é a analogia perfeita da vida: equilibrarmo-nos mesmo quando o chão nos foge. Continuar a viver mesmo quando parece que a vida já não nos abandonou. Motivarmo-nos, trabalhar, manter no horizonte os objectivos e saltar perante as rasteiras. 

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Spielberg e Tarantino: Diz que é uma espécie de crónica cinematográfica

Eu adorei o Django, do Tarantino. Gostei mesmo. Uma realidade devastadora contada de forma recambulesca e que culmina com a ascensão de um herói improvável, num final, surpreendentemente, feliz. Nunca fui fã de finais felizes, género contos de fadas com "felizes para sempre". Mas este final foi delicioso. Por outro lado, quase que adormeci com o Lincoln do Spielberg. E o facto de o filme ser um bocadinho enfadonho, contando uma história real, faz dele, provavelmente, o vencedor dos Óscares de 2013. E isto chateia-me. Não me tira o sono mas desconforta-me. Tudo bem que é uma história comovente mas eram precisas duas horas e vinte minutos para contar aquilo? Não eram. Fez-me aprender? Fez, claro. Fez-me admirar um presidente que mal conhecia e ir pesquisar sobre a guerra civil americana? Claro que sim. Mas isto não foi uma história inédita. O guião estava escrito há mais de um século, um guião verdadeiro. Tinha diálogos brilhantes? Pois tinha. Mas o Django, na minha opinião, tinha melhores.

E a verdadeira chatice é que isto é um repeat de 2011, em que venceu o Discurso do Rei, quando havia um filme verdadeiramente alucinante e delicioso: o Inception. Portanto, é mais do mesmo. Aliás, isto é sempre a mesma coisa. Pessoas do cinema: peguem numa história de um herói verdadeiro, género Vasco da Gama e façam um filme um bocadinho longo e um bocadinho chato. É a receita para ganharem um Óscar. 

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Se Janeiro voou, Fevereiro, mês mais pequenino, deve também passar num ápice. E começa sempre bem: com o aniversário da melhor mãe do mundo. Daquela que luta por aquilo que acredita. Daquela que faz da família, a sua prioridade. Daquela que abraça os outros com palavras de amor infinito. Por vezes desleixa-se em prol da vida familiar. Muitas vezes deixa de fazer aquilo que gosta para fazer o que tem de ser feito. É muito raro vê-la no sofá. Talvez quando esteja constipada. É muito raro vê-la desistir de algo.
Portanto, só lhe desejo que seja feliz, tal como lhe escrevi, hoje, numa carta. Que durante muitos anos continue a ser esta mãe presente, querida e cheia de vida. Que tire mais tempo para si. E que sorria muito, sempre. 
O orgulho que tenho dela é indescritível. 

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

36km

Ontem foram mais 36km. E um pé, literalmente, dentro de água. Também há a ressaltar que andámos muito em mato, com necessidade de andar com as bicicletas à mão devido a árvores caídas.
Não quero ser aborrecida e estar sempre a falar do mesmo mas... já disse que isto me faz mesmo feliz? Não sei explicar bem porquê. Mais do que ser aquele sentimento de ser capaz, de me conseguir superar, de aguentar o esforço físico, é a felicidade de sentir o vento na cara, de descobrir pequenos locais diferentes e bonitos, de inspirar natureza e expirar sorrisos. É bom. É mesmo bom.

domingo, 27 de janeiro de 2013

Das minha ambições

Eu não quero muito mais do que a vida me tem dado. Não sou uma conformada, agradeço apenas os meus dias solarengos. Temos sempre sonhos e objectivos. Tenho sempre a lista das viagens, as formações em vista, a escrita. E tenho tanto de bom que fui guardando.
E das coisas que guardo com mais afecto, és tu. O meu amor. De ti eu quero amor. Quero este amor de abraços profundos. Quero este amor de conversas longas. Quero este amor de paixão, também. Quero muitas manhãs de domingo (mesmo que trabalhe muitos domingos) com mimos na cama até tarde. Quero pequenos almoços com tempo e muitos sorrisos. Quero estar a trabalhar e pensar no quão bom vai ser quando chegar a casa e te beijar. Quero jantares em bons restaurantes e apreciar contigo um bom vinho. Quero uma lareira acesa e nós os dois. Quero muitas viagens, em especial as nossas road trips. Quero rir-me contigo quando enterrar a bicicleta na lama. Quero cozinhar e sentir-te a agarrar-me e a encher-me de beijos no pescoço. Quero mergulhos no mar de mão dada. Quero mensagens tuas, bonitas. Quero luares e bons filmes encostada a ti. Quero ser feliz fazendo-te feliz. Quero poder dar-te sonhos. Quero-te, para sempre.

sábado, 26 de janeiro de 2013

46km em muito mato

Foi tão bom. É sempre tão bom. Hoje éramos 5. E sim, fiquei para trás nas subidas grandes. Mas também me sujei à brava na lama. E ri-me de quase me ter enterrado. E superei-me em número de quilómetros feito. 
Sofre-se sempre um bocadinho. Ou muito, vá. Deseja-se muitas vezes que a nossa casa seja já ao virar da curva. Mas isto de superar os nossos limites tem muita força. A nossa resiliência e o nosso pensamento centrado em continuar a pedalar contam muito. Como em tudo na vida, continuar a lutar, mesmo quando já não há corpo que aguente tantas feridas nem cicatrizes.O que é que há mesmo a perder?

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Querida chuva

Gostaria que nos desses tréguas. Pelo menos para poder, amanhã, pegar na bicicleta. Estou a precisar de uma actividade ao ar livre, com sol (pronto, se estiverem nuvens também dá). Será que fazes o favor? É que quase duas semanas depois deste tempo manhoso, sonso, insípido e escuro já não há paciência que aguente. 
Atenciosamente.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Vamos ser felizes*

As pessoas andam baças. Esta falta de sol, este excesso de crise, esta necessidade de se querer mudar tudo com o novo ano, os sonhos em suspenso até que a troika nos deixe, os nossos percalços pessoais... Nós, as pessoas reais neste mundo demasiado impróprio, andamos em desequilíbrio, à espera que um dia a balança equilibre, sempre à espera, nessa espera que nos corre no sangue. Espera é o legado deixado desde o tempo de D. Sebastião, para nós, portugueses. Espera e incerteza. E, já agora, insatisfação. Nunca nos contentámos com o nosso canto. Quisemos o mundo. Fomos atrás de África, da Índia, do Brasil. Sempre fomos ávidos mas já perdemos tudo. Deve ser por isto que hoje estamos onde estamos. Carregamos uma dívida que nem é bem nossa. Carregamos uma história que é a História mais emocionante de todas. Mas o que nos resta senão lendas, estátuas e monumentos? O que nos resta senão sonhar? O que nos resta senão re-inventar esta tristeza, cozinhando-a, metendo-a no forno e transformá-la numa coisa bonita? 

domingo, 20 de janeiro de 2013

Lazy sunday

Sair do trabalho às 8h30, após mais uma noite laboral. Viagem, banho bem quentinho, almoço em família e adormecer profundamente ao som da chuva. É tão bom. Melhor? Melhor só abraçada ao meu amor*

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Tou na lanterna dos afogados*

Esta bipolaridade minha, esta dualidade tão oposta. Estou tão cansada. Imensamente cansada. Hoje corri à chuva para me fugir. Para decidir coisas tão importantes. A vida foge-me, os sonhos fogem-me [é uma noite longa, para uma vida curta]. Tenho tanto para sorrir, tanto para ser feliz e estou aqui. Presa. 



*na versão da Maria Gadú

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

E então o que fizeste numa semana?

Ontem fiz 32km de bicicleta. Cheguei bastante enlameada a casa e com uma pontinha de orgulho ferido: vi uma descida em terra batida, com algumas pedras e uma inclinação média e desci com a bicicleta à mão. A sério? O que é que me deu? Medo? Oh por favor, já tinha feito uma pior. Enfim. Erro a não cometer.

De resto tenho vivido. A dissertação chama por mim e eu cansei-me de lhe fazer ouvidos surdos. O serviço tem estado com muito trabalho, o que faz com que os turnos fluam vertiginosamente e o cansaço seja uma constante. Sou tutora e isso acresce toda a minha responsabilidade. Por outro lado, abri parênteses curvos ao meu gosto pela boa literatura e iniciei a leitura pelas Cinquenta Sombras de Grey. E, nos entretantos, só penso no quão necessito de um livro novo do João Tordo, porque a má literatura, estupidifica.

E é isto.  

domingo, 6 de janeiro de 2013

17 km em mato

E de como a bicicleta me faz tão feliz. E de como preciso de fazer isto com mais frequência. Hoje soube a pouco, a muito pouco. Mas o pai estava cansado de ontem (que fez 66km) e foi o que deu. Um dia, aventuro-me sozinha.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

O início do ano não começou como era suposto. Mas hoje recebi mais uma boa notícia: valores analíticos ok. A experiência que me mudou tanto [cá dentro] e que tem feito estragos [tantos], vai ter um final feliz [tem de ter]. Pudesse eu passar incólume a tudo isto. Pudesse eu não ter esta necessidade tão grande de tristeza, de lágrimas, de viver tudo, já. Eu quero que tudo volte ao normal. Eu preciso da minha paz. De mim, não esta sombra que está a destruir tanto.