domingo, 21 de abril de 2013

Da minha liberdade (ou da independência)

Isto quando se conquista, é difícil de abdicar. Esta autonomia de acordar a que horas se quer, de comer o que se quer, de ir treinar às horas que nos apetece, de fazer uma salada rápida para o almoço sem ter de me preocupar com o gosto dos outros (porque não há outros), de não ter comida preparada para levar para o serviço e se encher uma tupperware com sopa e uma peça de fruta e vamos embora. Isto de ser eu a mandar em tudo. Isto de ser eu a ter tudo organizado e arrumado à minha maneira (mesmo que possa estar ligeiramente desarrumado aos olhos dos ouros), de ter tudo sempre limpo, de ouvir música ao som que me apetece, de pegar no carro sem dar satisfações para onde vou, de ir beber um copo com os amigos ou simplesmente ficar em casa com eles a comer pão com chouriço e a falar da vida sem ter de avisar que vou chegar tarde. Isto chama-se a tal independência. Conquistei a minha. Sei-me virar sozinha em muita coisa (outra tanta hei-de aprender). Sei ser responsável. Sei conciliar improviso e rotina. Sou tão feliz assim. 
Tenho medo do dia em que a perder. Tenho medo do dia em que terei de planear todas as refeições, prescindir do exercício em prol da família, fazer imensas viagens entre casa e trabalho e ficar sem tempo para mim. Medo de não poder ir dormir quando me apetece. Medo de quando não puder ir sair quando me apetece. Tenho 26 anos. Idade mais do que suficiente para casar, ter filhos e essas coisas espetaculares de ser adulta. Mas sinto-me como se tivesse 20 e estivesse na faculdade. Será normal? Estarei a atravessar uma crise?

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