segunda-feira, 15 de abril de 2013

Chateia-me

Que pensem que me conhecem pelo que escrevi(a). Que me olhem e me achem que conhecem pelas palavras que debito. Eu não sou palavras escritas nem palavras ditas. Eu sou silêncio. Eu guardo-me e escondo-me de tudo o que é confusão e meios sentidos. E as palavras, em todas as suas formas, são meios sentidos, meias verdades e meias mentiras. As palavras podem fazer de mim quem eu quiser mas nunca quem eu sou. As palavras podem mentir e omitir, transfigurar, refugiar ou expulsar. Vêm, pessoas, como as palavras são tão dúbias? Talvez eu seja também dúbia. Eu sei quem sou mas não quero que toda a gente o saiba. Não quero que saibam as minhas fraquezas nem as minhas qualidades. Limitem-se a aceitar a pessoa que se vos afigura. Doce e intempestiva. Calma e irónica. Limitem-se a isso. Limitem-se a viver pela metade e a necessitar sempre da vida dos outros para viverem a vossa. Eu cá estou bem comigo mesma. E é bom.

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