domingo, 29 de abril de 2012
sexta-feira, 27 de abril de 2012
Há uma coisa da qual me orgulho e que é uma característica, muito provavelmente, herdada do meu pai: o sentido de orientação. Os estudos indicam que as mulheres são menos orientadas espacialmente em relação aos homens mas não é o meu caso. Felizmente, fixo facilmente caminhos e sei guiar-me por um mapa. Posso não ser (ainda) uma expert na cozinha, o cúmulo da organização ou a paciência em pessoa (como a minha mãe) mas orientadinha como o pai, isso, sou.
quarta-feira, 25 de abril de 2012
Com esta garganta inflamada à 3 dias e rouquidão patente hoje, esperamos que dona amigdalite não me visite, que saudades não são muitas. Cá para mim, adivinhou que este ano não há ferias balneares, a doida. Mas andamos a muito chá de limão, anti-inflamatórios e desinfectantes, como mandou a Drª. E claro, voltámos às botas, casacos comprimidos e guarda-chuva. Nada de grave, eu sei. Nos entretantos, descobri que tenho de me começar a mexer no que concerne a trabalhos e estudo. Preciso de apanhar o ritmo, de novo, é só isso :)
sexta-feira, 20 de abril de 2012
Do João Tordo
Acabei mais um livro teu (trato-te por tu, porque não te conheço mas sei-te politicamente incorrecto) e a mesma sensação de vazio associada à raiva pelo que escreves tão bem, tão imensamente bem que és o melhor escritor de sonhos deste tempo pós Fernando Pessoa. Acho-te um gajo lunático, imagino-te a fumar cigarro atrás de cigarro, inquieto demais com o que te consome e, depois, esbanjas em cada palavra essa certeza que a nossa existência não é nada, que seremos apenas memória enquanto as memórias não ensandecerem.
Gosto de te ler porque não tens o falso pretensiosismo de usar frases sem pontuação ou narrativas demasiado cerradas de adjectivos. Gosto de te ler porque me confrontas. Porque quando termino um livro teu, me fazes falta.
Não falo de ti a ninguém porque ninguém quer mesmo saber de ti. Não faz mal. Eles é que perdem. És demasiado grande para uma terra tão provinciana. Espero-te num próximo livro. Até lá, não te esqueças de os continuar a editar. Obrigada.
quinta-feira, 19 de abril de 2012
quarta-feira, 18 de abril de 2012
domingo, 15 de abril de 2012
Love is our resistence*
Da nossa loucura ou da nossa calma. Da intensidade ou da doçura. De mãos entrelaçadas ou num beijo descontrolado. Não interessa. Gosto desta ideia de poder partilhar a minha vida inteira ao teu lado. Mais, imagino-me, algumas vezes, nessa vida. Imagino-te, imagino-nos, sorrio e brinco com os sonhos. Ser-te, sermos nós. seres-me. Ser feliz é um cliché. Quero amor, este, sempre a crescer, sempre cheio de adrenalina ou de bradicardias em uníssono. Não interessa, repito. Pode ser só isto que já é tudo. Desde que seja para todo esse sempre que me prometes.
*Muse - Resistence
sexta-feira, 13 de abril de 2012
domingo, 8 de abril de 2012
Da minha Páscoa
O sr. M. morre aos bocadinhos. Ontem já se despediu da esposa e dos filhos. O sr. M. morre-me sem eu perceber bem como, como todas as mortes anunciadas, as quais nunca percebemos bem como acontecem. Nada de novo. Era só que eu gostava muito daquele senhor, de toda a sua altivez, de toda a sua necessidade em conhecer a doença, de todas as vezes em que me enumerou os efeitos adversos dos vários fármacos que tomava e das interacções possíveis. Tantas vezes me mostrou, nos vários internamentos, livros e autores novos.
O sr. M. morre-me mas ainda diz o meu nome e me reconhece a voz. Na face dos filhos não há revolta ou incredulidade face à rápida progressão da doença. Há paz. Uma infinita sabedoria que nos ensina que é possível fazermos o luto de uma forma cândida. Eu não os conheço...vejo-os, falo com eles, são afáveis e conversadores mas não os conheço. Também não conheço a esposa que chora, apesar de ela ser muito querida.
Não quero chegar ao hospital, hoje à tarde, e saber que o senhor morreu. Quer dizer, lá no fundo, quero, só porque sou egoísta o bastante para não querer que seja num turno meu. Eu sei que vou chorar.Que não vou saber dar a notícia, apesar de tudo.
Portanto, esta é a minha Páscoa. Sem ressurreições por estes lados. Já fui à missa fazer o mesmo de sempre: nada. Mas fui, para ver se compreendia o facto de ser necessário sofrer tanto antes de morrer. Mais uma vez sem reposta, mais uma vez a contar os minutos, mais uma vez a fazer uma coisa que não me trouxe sentido. Mas tudo bem.
Está tudo bem porque a família se reúne, porque há saúde, porque há sol, apesar de tudo.
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