quarta-feira, 17 de dezembro de 2008


Com quinze anos:
.Fiz dois ou três amigos para a vida;
.Acabei o 9º ano com diploma de distinção;
.Tive o primeiro namorado;
.Mudei de escola para o 10ºano;
.Conheci outros amigos que se tornaram imprescindíveis;
.Desisti do sonho de medicina;
.Chorei, sofri,ri, aprendi;
.Só ligava a tv para ver mtv;
.Lia imenso;
.(...)

Puto, com quinze anos, vais pensar que conheces o mundo; vais achar-te o maior; continuar a acordar 10 min antes de saíres de casa, sendo que 7 são para delineares o teu cabelo à beto; ganhar mais medalhas no atletismo; perder uma vez comigo no xadrez; aprender que precisas de estudar o mínimo porque agora é a sério; cresceres 10cm por mês, passar a desfazer a barba,no mínimo, uma vez por semana (...)

Estás grande, será que a adolescência também te vai retirar o abraço reticente que ainda me dás?

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Para a Gémea dois anos mais nova

Quando li o teu mail sentir a distância a alongar-se.
Saudade dos olhinhos verdes e das sardas. Saudades dos nossos risos histéricos a tender para o psicadélico. Saudade das depressões colectivas e da nossa embriaguês psicológica. Dos biscoitos de chocolate com as letras e nós a escolhermos e a formar palavras. Saudade de dançar contigo. De vestir o pijama e ficar a ver contigo 'donas de casa desesperadas'.
Devia ter menos dois anos e estar a viver contigo tudo isso de novo..mas não. Assim quem é que tentava ensinar-te alguma coisa, se bem que acho que és sempre tu quem me ensina mais? Quem é que fazia de ama galinha e te censura do facto de (felizmentente) só não comeres batatas fritas ao pequeno-almoço? Ou brinca contigo quando fazes massa para o lanche ou às 5h da manha depois de um noite bem passada?
És demasiado parecida comigo. Para o bem e para o mal. Pensas demais, esperas demais dos outros, confias, acreditas, sonhas que ainda podes mudar o mundo..e procuras aquilo que eu sempre pensei ser uma razão para ser feliz. E é, minha pseudo. É mesmo...mas não a única. Da tua idade (desculpa mas tive de escrever assim...não é o que sinto, acho-nos semelhantes até na idade) pensava exactamente assim...e tinha muitas histórias para contar, muitas personagens que vejo agora como secundárias (mas só agora). Aspirava (e aspiro) a algo etéreo, puro, impossível de descrever em palavras..algo que me arrebatasse de um mundo que não aceito como meu. Se o encontrei? Acredito que sim mas as coisas são reais, não podes apenas fazer e querer delas um sonho constante. Por isso é importante não teres expectativas...Não vivas do amanhã...nem esperes sempre tanto..,já te disse, és a pessoa que mais merece tudo isso portanto, é só uma questão de tempo. Pela tua pureza, pela tua genuinidade e bondade. Pela tua fé.
O tempo ajuda-nos a crescer e a aprender. E nada é estanque, o dinamismo é difícil de conciliar com o equilíbrio. E é difícil tentar ser feliz todos os dias..é preciso saberes dar muito de ti, ambas sabemos isso.
E sim, também já me perguntei se é isto que quero fazer para o resto da vida. Vim porque escolhi, porque tive média..Agora não sei se voltaria...não é fácil gerir emoções, não é fácil pensar que vamos fazer isto para o resto da vida. É uma profissão pouco reconhecida, muito trabalhosa, na teoria e na prática, às vezes esgotante...Mas só quando olhares o reconhecimento no olhar dos utentes , o alívio, o agradecimento; só quando lhes apertares a mão e viveres com eles os seus dramas e puderes sentir-te útil pelo menos nisso; quando tiveres conversas que te vão ensinar mais do que pensas, só aí vais poder dizer-me algo...e sim, podes não gostar e recomeçar de novo. Porque não? Se não for agora, é quando?
Vive. Faz de cada dia o 'tal dia'...todos os dias. É das nossas manhãs a dizer isto frente ao espelho do hall que me lembro todos os dias quando acordo às 7h e só vejo o sol nascer às 9h :)
Quando regressar, prometo-te um Bailleys no 'Piano Negro' e deitar-me contigo no meio da rua frente ao prédio, mesmo na linha dos semáforos. Prometo-te noites com muito chocolate e risos e sonhos. Prometo-te mais noites pela Sé Velha com o grupo do costume.Prometo-te o bilhete geral para a Queima. Prometo-te uma ida ao Mac com direito a batatas fritas. Prometo-te a minha presença para todo sempre,ainda que longe.
['És-me essencial' 1* sempre contigo]

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Let's play

Fui desafiada para isto pelo meu amigo Poeta Rural. Em que consiste?

.Colocar uma fotografia individual
.Escolher uma banda ou artista
.Responder às questões com músicas da banda ou artista anteriormente escolhido
.Desafiar mais pessoas


A banda...Bon Jovi ou Coldplay? Hmmm...Bon Jovi, só porque gastei 75€ para os ver no Rock in Rio.

E as perguntas são:
1. És homem ou mulher? 'It's my life'
2. Descreve-te: 'I'm all about loving you'
3. O que as pessoas acham de ti? ' Wanted dead or alive'
4. Como descreves o teu último (antes do actual) relacionamento? 'Runaway'
5. Descreve o estado actual da tua relação com o teu namorado: 'Always'
6. Onde querias estar agora? 'Bed of roses'
7. O que pensas a respeito do amor? 'Living on a prayer'
8. Como é a tua vida? 'Blaze of Glory'
9. O que pedirias se pudesses ter só um desejo? 'I want you'
10. Escreve uma frase sábia: 'Have a nice day'


Desafio:
Blog de Notas
Eterna Quimera

domingo, 23 de novembro de 2008

Sei


Sei exactamente o número de rugas de expressão que tens. Sei a cor dos teus olhos ao sol e à chuva. Conheço-te através da forma como desvias o olhar. Sei que gostas de um beijo na face. Sei que ris quando te toco no pescoço. Sei que, tal como eu, consegues levantar a sobrancelha esquerda. Sei que gostas de brincar com os meus caracóis. Sei que tens crescido ao longo do último ano. Sei que és mais do que feliz.


E, no entanto, ainda sei tão pouco... Tenho o resto do caderno para o completarmos juntos, pode ser?




Ao N.

domingo, 9 de novembro de 2008


E se eu pensar no futuro? Se a nossa geração nunca conhecer esse tempo verbal a longo prazo? Aquecimento global, crise financeira a começar em Wall Street e a terminar no BPN, as oscilações do valor do petróleo, a crescente insegurança devido à criminalidade, a ininterrupta pobreza do 3º mundo que emerge no países ditos desenvolvidos, a falta de emprego, o sistema de saúde e de ensino incapaz de fazer face às várias exigências.
E esse pessimismo que se espelha no rosto dos vultos que deambulam pelas praças e ruas do mundo.


Um dia de cada vez. Nem sempre é fácil criar a perfeição todos os dias. Eu tento.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Para quê, se já não tenho palavras para o silêncio de uma poesia que não sou eu? Se quando escrevo, o tempo só me dá para me limitar a conceitos demasiado pueris?
Para quê, se ainda ninguém me comprou um livro em branco onde eu pudesse ser sempre ortónima? Ou se o infinito será sempre a mesma insatisfação, o vazio do espaço entre letras? Quem sabe não sou a loucura que alguém rabiscou às 25h07 min do dia que nunca nasceu.

Ou talvez seja o Fernando Pessoa em versão FHM ou Maxmen.


[Entao para quê, editar esse tal livro de poesia?]

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Amar-te-ei em Veneza

"-- Amar-te-ei em Veneza? - soletro a medo.
-- Queres saber a resposta que encontrei?
Aceno afirmativamente com a cabeça, de coração subitamente aberto.
-- Amar-te-ei em Veneza...ou em qualquer outro lugar do mundo, meu amor. Na saúde e na doença, na riqueza ou na privação. Os teus medos tocam-me dentro dos meus sonhos.
Beijo-o com todo o meu ser. (...)


in Contigo esta noite, de Joana Miranda






Passei a gostar de finais felizes, imaginem lá a ironia. E a culpa é TUA.
Eu amar-te-ei também em qualquer lugar do mundo, não te esqueças.

sábado, 6 de setembro de 2008

Ser JMV

Um ano…
Um ano depois de ter entrado neste universo JMV ao mesmo tempo que um ano depois de teres entrado na minha existência.

Há um ano atrás não sabia o que procurava. O convite surgiu, afinal, já conhecia o grupo de jovens. Só não sabia o que era fazer parte dele, nem quem eram as pessoas que o tornavam tão especial. Por isso fui. E pela primeira vez, usei o lenço verde. E aprendi músicas. Aprendi a orar. Aprendi a encontrar-me. Aprendi aquilo que queria do futuro. Aprendi a fazer amizades. Aprendi a ser espontânea. Aprendi a simplificar. Aprendi a esperança. Aprendi que não posso responsabilizá-Lo pelo que nós, mortais, fazemos. Guardo a melhor confissão de sempre, as lágrimas pela pureza do momento, as gargalhadas. Guardo os amigos, as danças pimba, o desejo de ser melhor, a vontade de entrar a sério, as conversas sérias e menos sérias. E guardei-te a ti, meu amor.

Um ano depois, reencontro Felgueiras com uma magia mais sublime. Regresso ao local com maiores certezas da minha fé, com vontade de aprender mais e de me entregar a Ele. Regresso de mãos dadas contigo, sempre com a certeza que te amo; regresso com amizades consolidadas; com saudades dos amigos espalhados pelo país; com vontade de dignificar a nossa terrinha; a querer conhecer mais gente.

E trago na memória tudo. A viagem de ida, contigo a conduzir e a transpor as raias oblíquas. Eu e a Za a encolhermo-nos. O Bastos e a Mara sempre a rir. Chegamos e só o Couto encheu tudo. Eu a escolher onde queria dormir. Dar um abraço aos amigos de Lisboa. Dar-te a mão. Dar-te sempre a mão. A minha comunidade. ‘Onde o Couto vai parte tudo’. Primeira noite e as conversas com a Evinha e a Mara e as brincadeiras com as restantes meninas. Primeiro pequeno-almoço em comunidade. Primeiros debates. O Espírito Santo. Os risos. O nosso passeio. As conversas em dia com todos. Tu a ofereceres-me o pin e a colocá-lo no meu lenço. O calor e o desejo de bailleys com gelo. As mensagens sobre isso com o Marco. A confissão. A sala a meia luz e a carta. A minha reflexão e as lágrimas. Tu a sentares-te ao meu lado a apertares-me a mão. A dança. A música. A alegria. A Barbara a dar o iogurte à boca do Marco. Riso. Cucujães a preparar a encenação. Nós a aproveitar os últimos momentos. A conversa antes de adormecer com a Mara. Sono.
Um banho de luz apagada. A missa. O Zézituh e a fome. A nossa conversa. O padre e África e o voluntariado. A nossa ida à capela e os nossos desejos em uníssono. Amigo secreto. O Bino no seu melhor com os óculos de sol vermelhos. Mais debates. A Tita e a sua história do burro no quinto andar. Tu a pegares na guitarra e a tentares ensinar-me o básico. O Zé sempre a brincar comigo e a levantar a sobrancelha direita. O bailleys outra vez. Relembrar Lisboa. Os minutos contados para estar contigo. A minha mãe a ligar e tu a dizeres que eu não comia nada. A procissão e nós sempre juntos. O Terço. A serenata a Maria. Tu a emocionares-te quando eu, juntamente com eles, cantava aquela música a Maria e olhava para ti. A corrida até ao santuário. Iogurte e bolachas. O dia em que mais cresci em relação a nós. A mensagem que tu gostaste. O cansaço. ‘Não vá eu morrer hoje…’ Mensagens das meninas para o Bino. Upss, não era para o Mateus. Dormir.
Último dia. Oração. Estar contigo. Reunião de região. Brincadeiras com o chupa-chupa. O Bastos e as fotos. A Mary e o comentário ao Eduardo. Aquele blá blá blá antes do almoço e nós a brincar. Última refeição em comunidade e a Ba a dar o almoço à boca do Marco. A perversidade da banana. Outro passeio nosso. Ida à capela com as duas meninas. O emplastro. Tu a brincares com a minha trança e os meus caracóis. A nossa Marisa a presidente nacional. A nossa Eva a vogal nacional. A missa. O lenço. As músicas. Nós a brincar enquanto esperávamos. A Mariana das gémeas a stressar que não tinha voz. Ensaios para o festival atrasados. Cucujães e making of com o Nito no seu melhor. Cucujães e a sua música. A letra escrita por mim. Tu a abraçares-me. O Bastos muito sério. Eu, a Eva e o PMC. O intervalo com aquelas músicas. O nosso jantar com a Eva e tu a obrigares-me a comer o mesmo que tu. Menos um rissol e um copo de sumo! O Richa é o meu amigo secreto. Melhor making of: Cucujães! ‘Onde o Couto vai parte tudo’. Melhor letra: Cucujães! A Mara a chorar quando me abraçou. A Eva emocionada a abraçar-me. Tu a abraçares-me e a sussurrar o teu orgulho. O Bastos e o Gasosa a abraçarem-me. O João todo contente. O Marco a dar-me os parabéns com um abraço. O resto do pessoal todo contente a dar-me os parabéns. ‘Onde o Couto vai parte tudo’. Primeiro prémio: Cucujães. Saltamos para o palco, nós todos, quase trinta. A gritar o mesmo lema. A mostrar quem somos. Rock in Couto 2008. O Nito a chamar-me a mim e à Mara para cantarmos com eles a nossa canção vencedora. O pessoal toda connosco. Muitas lágrimas. ‘Quero dedicar-te a ti’, disse-te ao ouvido. Abraços. Despedida. Promessas de visitas a Cucujães. Últimas fotos. Viagem de regresso sempre a cantar. O Bastos a tocar guitarra. A Za a improvisar letras. Tu sério, enquanto conduzias. Assobios no túnel. ‘Eu convosco, assim, ia até ao fim do mundo’. Nós os cinco a cantar a música do dragon ball.


Foi especial, foi muito. Por tudo. Obrigada a todos. A Ele, em especial. E a ti, porque nos conhecemos neste contexto, sempre com e segundo Ele. E porque ao longo deste ano, crescemos imenso e soubemos ser o que somos hoje. ‘Quero sempre fazer-te feliz’ !

domingo, 13 de julho de 2008

Levantaste com cuidado o meu cabelo que ficara entalado debaixo do casaco. Deste-me a mão. E eu senti-me a miuda mais feliz do mundo.

quinta-feira, 3 de julho de 2008


De uma forma quase inaudível, para que nunca se perca o significado. Para que, sempre que te diga ou que te escreva, a possa sentir em toda a sua dimensão.


[Baixinho]

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Leituras do jet set


Ontem, por volta da hora de ponta, aquela que antecede o jantar e que também afecta o trâfego ferroviário, participei numa situação que me fez rir interiormente durante vinte minutos (tempo que demorou a viagem).


Sentei-me num dos quatro bancos de uma das secções do comboio. Os outros três lugares estavam ocupados por distintas senhoras que estavam a ler. Ora, por coincidência eu também tinha um livro na mala. Et voilá... fui buscar o livro porque também quis mostrar que era intelectual.


[mentira...quem me conhece sabe que ando sempre com um livro porque é um dos meus vícios]


Descontraidamente espreitei o que as minhas companheiras de viagem liam. Uma lia um policial que por acaso, já tinha lido e nao gostei particularmente. A outra, lia um romance que não me chamou à atenção.


A outra...bem, a outra ia a ler uma revista daquelas-estupidas-que-falam-da-vida-dos-outros. A sua atenção, possivelmente sobre um artigo científico que explicava porque é que a lila caneças fez a 3287547985028347 cirurgia estética, era notória. A revista devia ser mesmo boa. Mas é que devia mesmo! Haviam de ver a devoção da dita senhora para com a revista. Era como se pudesse ouvir os batimentos cardiacos dela pelas histórias do mundo das elites...mais empolgante, só mesmo o Código Da Vinci. E mesmo assim fiquei com dúvidas.

Olhei para o meu livro e senti-me envergonhada. Bem, tavez ficasse mais se fosse a ler a 'Visão', a 'Focus' ou a 'Referência'. É que isso ainda era ser mais intelectualóide. [não sabem como agredeci ainda não ter comprado a 'Visão' desta semana!]


Um agradecimento a todas as marias, tv guias, caras e a todas as restantes revistas do género que fazem da população portuguesa cada vez mais idiota.





domingo, 15 de junho de 2008

Consigo ouvir o silêncio suave que antecede os momentos em que me dás a mão. Consigo ouvir a tua respiração quase imperceptível quando falamos a horas tardias. Consigo não ter medo quando me roubas um abraço perfeito.
Contigo.

E quando me deito, adormeço feliz, sem crises existenciais. E sou sempre eu, cada vez mais.

Contigo.
Deixas que me perca pelas palavras, pelos risos, pela imprevisibilidade, pelas horas, pelo estudo, pelos sonhos...
sempre contigo.

domingo, 11 de maio de 2008

Encosta-te a mim

Porque o tempo nos tem esgotado, acelerado sempre que te dou a mão. Ainda mais do que o meu pulso apical que gostas de avaliar. Porque tudo se tem tornado demasiado importante, num desenvolvimento simples, tranquilo. Num aconchego intraduzível.
E digo-te baixinho, para que só oiças mesmo se estiveres atento. Digo-te baixinho aquilo que cantamos, abraçados, numa noite tão plena. E até te posso dizer a letra toda. E posso abraçar-te. E posso brincar contigo. E posso...


ser feliz.

Mesmo que acorde sempre com sono a mais, mesmo que tenha sempre um trabalho qualquer para apresentar, mesmo que a rotina, por vezes, me vença, mesmo que veja todo o sofrimento das pessoas que cuido, mesmo que não tenha tempo para pegar num bom livro, mesmo que não saiba o que é a televisão há uns meses.

Tu sabes. Enconsta.te a mim.


sábado, 19 de abril de 2008

Perfeição

Desalinhas-me o raciocínio e tudo o que tinha até aqui, estrategicamente arrumado. Pintas a amarelo bebé muitos dos meus dias menos coloridos, aqueles que parecem todos iguais. E ficas a sorrir-me nas lembranças, com a última palavra que dizemos, em cada despedida.
Sabes, às vezes penso que aquela pode ser a última. E abraço-te para que na minha memória dos afectos, nunca te perca. E mais do que isso, deixo que alinhes a tua existência na minha, sentindo que a cada momento, te vais instalando em tudo o que sou, em cada batimento cardíaco meu.
O tempo que partilhamos desvanece-se em segundos. Tão pouco para tudo aquilo que temos. E eu dou-te a mão, para sentir que é real. Para que ganhe todas as certezas de que não és mesmo uma personagem inventada das minhas histórias.
Afinal, a perfeição existe. E hoje, a perfeição tem o teu nome. Eterniza-a.

domingo, 30 de março de 2008

24'

Perco-me pelas palavras e pelos silêncios, sempre de mãos dadas contigo. Perco-me pelos lugares que inventamos e pelos momentos perfeitos.
Roubas-me a incerteza e o medo, num abraço que me inspira. E afagas-me num beijo, o que tenho para te dizer, atenuando tudo, com a leveza de quem é feliz.


Toda a cumplicidade, os sorrisos, o afecto, as brincadeiras, atados em nós num fio branco de entendimento que me desarma. Tudo o que já podemos contar e o que se inicia. Tudo aquilo que sou e o que tu és, numa sintonia que temos aprendido a guardar.
Guarda então tudo aquilo que somos, com cuidado. Não nos percas.
Ad'te*

quinta-feira, 20 de março de 2008

Apocalipse


Se não fosse egoísta, hoje nem ligava o computador. Ou então ligava a net ao portátil, que gasta menos energia. Se estivesse equilibrada, fazia qualquer coisa para avisar o mundo que a porcaria do petróleo se vai esgotar, que o CO2 da atmosfera vai cruzar o ponto crítico dos 550 ppm nos próximos tempos e que a nossa extinção deve acontecer por volta de 2050.
E se pudesse, fazia um desenho para que toda a gente percebesse que ainda vamos a tempo de atenuar tudo. Ou então, que tudo é demasiado efémero para basearem a existência em coisas tão más.

Espero-Te então, como nunca me dera ao trabalho de o fazer. Espero que reescrevas na minha mão, a continuação de uma história, com todas as certezas e mais algumas. E que leves de mim todas essas coisas más, num abraço sôfrego de mimos, como só tu o sabes fazer.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

'

Peço-te a candura dos dias mais que perfeitos. Peço-te a poesia de uma existência que já não existe. Peço-te que leves tudo de meu que já não me pertence.
Peço-te tão pouco, tanto para um comum mortal. É como se um reflexo de um sopro de vida tão inverosímel, se esbatesse numa possibilidade tão ínfima, tão pura, tão impraticável.
A equiparação, o reverso, a magnitude de se ser música sem melodia. Um acaso qualquer por entre dias sem registo temporal.
E tudo num equilíbrio assimétrico de imprevisibilidade.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Everything*

Apetece-me escrever um texto por cada momento dos últimos tempos. Apetece-me reflectir sobre cada palavra dita, não dita, sentida, morta. Sobre todas as suposições, os encontros, os sorrisos, os abraços, o mundo, a amizade, as despedidas, a alienação, a perfeição, a liberdade, a tristeza, a espera, o recomeço, o silêncio, os passeios, as supresas, os cafés, o estágio, o sono, os miradouros, a amizade, os livros, os filmes, as brincadeiras, as mãos dadas, a poesia, o amor, as noites, a música, as conversas, as mensagens, os projectos, as crianças, os dias, as coincidências, os devaneios, a paciência, o riso [...]

Precisava de fintar o tempo, de inventar um espaço onde exista apenas um vácuo do mundo. Preciso de me chamar, eu que ando por aí a brincar com a leveza de quem sabe já o que quer, sabendo conjugar maturidade e imaturidade. Preciso de mim, pode ser?

sábado, 19 de janeiro de 2008

...

Um ciclo respiratório em uníssono que espalha adrenalina por cada palavra não dita. Essa poesia desvairada de ser o que se quer, multiplicada por aquilo que não se espera.
Poderia ser a insensatez de pensar...
...ou uma miscelânea incorpórea de audácia e vulnerabilidade.
Pode ser a mortificação de ter essa distância a conter afectos. Ou a desarrumação racional da proximidade. Ou então é o conjunto vazio do infinito. Mas é sempre mais do que qualquer coisa.