terça-feira, 24 de agosto de 2010

Amor é

quando nos rimos descontroladamente, sem conseguirmos parar, por coisas tão nossas. Quando através de gargalhadas esquecemos os momentos menos bons e, passo a passo, construímos o nosso sonho. E ainda que nos possamos rir de coisas parvas, fazemo-lo tão espontaneamente que se tornam as coisas mais importantes no mundo.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Há dias em que os meus dias têm 48 horas muitos pesadas. Outros que são apenas de 12h, leves, tão leves que passam sem eu dar por isso. E às vezes os meus dias são noites e as noites dias. Inverto os papéis. Inverto ordens e desato loucuras. Porque eu sou louca. Ou talvez tenha um défice sensorial não compensado, que se torna no mesmo. Eu sou louca e tenho taquicardias. O meu ritmo cardiaco assume que eu deva viver sempre com adrenalina a mais. Sou louca e gosto.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Redes sociais

Eu não consigo pereber muito bem como é que as pessoas conseguem encher a sua página pessoal, em diversas redes sociais, com fotos suas, do dos seus namorados/maridos/affairs/amigos coloridos, amigos, filhos, afilhados, sobrinhos, pais, mais amigos, mais foto de biquini, foto ao espelho, fotos de férias, fotos no local de trabalho, fotos de todas as saídas à noites, fotos dos últimos casamentos, etc... São assim uns pensamentos a modos que "Olhem para mim, sou fantástica (o)", "Tenho o melhor rabo do mundo sem celulite", "Gostam dos meus últimos Ray Ban?" "Tenho imenso sucesso, vejam onde passei as últimaS férias"; "Tenho o vestido mais bonito", "O meu namorado é o melhor do mundo".
Todos nós passamos por fases, eu já tive a minha, há algum tempo, ainda o hi5 era o protótipo das redes socias. Depois uma pessoa cresce. Começa a perceber que o melhor do mundo, não é tirar fotos para mostrar o quão especial é. O melhor mesmo, é viver os momentos e sentir-se especial, sem necessidade de o impingir aos outros. Não é preciso mostrarmos todos os nossos passos, se sabemos o quanto valemos, porque temos a necessidade de o testar pelo número de comentários?
E é isto, hoje. É que não entendo. Ou talvez entenda que a auto-estima seja uma coisa que necessita de ser estimulada. Deve ser isso.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Pormenores


Eu gosto de pormenores. Dos pequenos nadas que nos deixam de coração tão cheio que achamos que podemos morrer naquelo momento. Gosto quando as pessoas se lembram dessas pequenas coisas, quando recordam comigo pormenores que eu pensava só eu guardar. Gosto quando me surpreendem, com esses pequenos ratalhos com que podemos construir uma manta de afectos seguros. Porque existem tão poucas pessoas assim? Porque razão só queremos e só nos lembramos dos grandes feitos, das grandes acções?

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

O corpo treina-se. O cerebro exercita-se. E o cansaço, ignora-se? Finge-se que depois se compensa? Sempre depois? Vive-se sempre em função desse depois que nunca é agora? O futuro é-me tão repugnante como a ideia de viver sem ele, o que é uma contradição. Voltam as antíteses aos molhos.

sábado, 7 de agosto de 2010

É um dia de inverno


Tu gritas para que olhe à direita que está sol. Mas eu devolvo-te o olhar sem obrigação, porque a nada me obrigas que não seja sobreviver. Do meu lado também está sol. Sabias? Mas estamos no inverno. E num inverno com letra minuscula porque o novo acordo ortográfico assim o dita.

Que interessam as regras gramaticais se me apetece que seja verão e é inverno? Porque não partilhas do teu verão comigo? Um pouco de luz quente que me esconda da metafísica. Sim sim, eu sou a metafísica que o Fernando escreve. Mas sou mais ainda mais uma metáfora. Tu é que não percebes nada. Tu estás no verão e eu no inverno, já viste que diferença rotacional?

Tu só sabes discutir assuntos que não transcendem as frivolidades. Cansa-me a tua ignorância. Tu não vês que estamos em planos diferentes? Mas fazia-te bem a metafísica. Só precisavas de crescer, ou de mudar de estação. Cansa-me a vida, de vez em quando, porque me cansa a superficialidade. Que estações estas. E que pessoas, estas. Cansa-me. Tudo.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Férias

Sinto saudades das férias em família. Principalmente das grandes viagens de carro pelo ribatejo, da descontração, do inesperado, do calor. Dos dois ultimos anos e a aventura por espanha, pelas horas e estradas vazias pela madrugada dentro. Pelo cansaço de chegar e pelo prazer de partir. Pelos almoços leves, pelos lanches que nos sabiam tão bem em plena praia. Pelos passeios nas marginais à noite. Pelos gelados enormes. Pelas manhãs que começavam às 8h com um longo passeio à beira-mar. Pelos risos, pelas pessoas que conheciamos sem conhecer. Pela noite que antecedia a partida e que demorava a adormecer pela excitação. Pelas fotos, imensas fotos. Pelos castelos que conheci e pelas areias que caminhei. Pelas conversas sempre calmas. Pelos jogos.
Este é o Agosto mais diferente da minha vida. Não é mau. Mas as férias bem que chegavam rápido.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Eu já escrevi bem sobre o amor. Escreve-se sempre bem quando se ama platonicamente. Quando se sonha de coração no vento. Quando enchemos os pulmões de ar e expiramos sonhos. Mas os amores reais, apesar de sinceros e concretos, são menos atraentos do ponto de vista literário. Os amores comuns não se perdem em adjectivos e grandes floreados. E não deixa de ser engraçado, sem nenhuma explicação aparente.

domingo, 1 de agosto de 2010

Não sei o que custa mais. Se as despedidas ou as grandes ausências. Ficou um silêncio ensurdecedor agora. Um vácuo. Não sei se vou sair deste letargia porque não me apetece encarar que será mais uma semana, logo uma semana inteira, quando estes ultimos dias foram tão cheios. Um dia, mato a pessoa que inventou a distância. Hoje ainda não é o dia.