sábado, 10 de novembro de 2007

Segredos

Não há amor mais bonito do que o de Pedro e Inês.

A minha pseudo-estupidez faz-me imaginar Inês no convento de Santa Clara, a enviar cartas pelo riacho abaixo ao seu príncipe encantado. Fico a vê-la de cabelos longos, a sonhar com o momento em que podiam assumir tudo sem o medo de serem julgados.
Minha cara Inês, para a tua próxima reencarnação, não ouses cometer esse erro.
Podias ter ficado toda a vida a enviar-lhe os ditos bilhetes e a encontrarem-se na Fonte dos Amores. Terias poupado a tua morte prematura. Mas sendo assim, a história já não teria a magia que tem. Principalmente a parte que eu mais gosto e que é fantasia pura: Pedro a apunhalar quem te matou e a tirar-lhes o coração pelas costelas e a fazer de ti rainha, já morta, obrigando todos os súbditos a beijar-te a mão.


Não há coisa mais bela do que os amores secretos. A emoção dos sorrisos disfarçados; as desculpas;
a insensatez; os beijos roubados no silêncio; a ingenuidade. O dar as mãos sentindo que pode ser a última vez, naquele gesto escondido, imperceptível; o abraço apertado e as palavras murmuradas por entre sonhos impossíveis.
Não há e ponto.

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