domingo, 23 de dezembro de 2012

Eu peço paz. Já fui de guerras, de lutas, de arregaçar o orgulho e o medo e batalhar. Agora não. Quero calma. Tanta calma para não quebrar a  homeostasia do meu corpo. Quero tanta calma que me obrigue a sentar num chão de madeira e me leve a re-aprender a ser eu. Quero essa calma para sentir o que senti hoje: o Natal foi ver uma utente melhorar dentro da impossibilidade de fugir a uma diagnóstico aterrador. O Natal, quero crer, levei-o eu a ela. E fico a pensar nisso para me custar menos aceitar esta vida de ironias demasiado macabras. Fico a pensar nisso e rezo para, daqui a umas horas, estar a abraçar os pais, os avós e o mano. Abraçá-los para nunca os perder, para os proteger de todos os males que esta vida hospitalar me revela. Abraçá-los tanto, mesmo que os abraços também sejam sorrisos e palavras bonitas. 
Portanto, peço um Natal em saúde e em família. E em paz. Muita.

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