quarta-feira, 30 de março de 2011

Da infância que não quero

A maior parte das pessoas gostaria de voltar à sua infância. Eu não.
Ser criança foi, para muitas pessoas, o melhor período das suas vidas. O meu não.
Não pretendo voltar a uma infância que não foi feliz nem tremendamente infeliz. Foi algo que ficou lá atrás e que não me preocupo em lhe tirar as teias de aranha. Porque não vale a pena. Porque só iria recriminar as pessoas à minha volta. E basta disso. Há que não cometer os mesmos erros que vi serem cometidos. Há que não culpar por tudo o que de mau me influenciou. Porque tudo se explica com psicologia e eu acredito que muito do meu pessimismo, das minhas inseguranças, vêm das lembranças dos domingos solarengos em que em vez de praia e parques infantis, eu assistia a terriveis batalhas de palavras proferidas em decibéis impróprios. Eu acho que não chorava na altura. Agora, quando me recordo disso, apetece-me. Mas não. As pessoas crescem. Felizmente as pessoas à minha volta também cresceram e já não são mais dois guerreiros teimosos que nunca pereceberam bem o que fizeram. Não foi por mal. Porque amor e bons valores nunca faltaram. Faltou sim atenção, regrado nas palavras, cedência, pedidos de desculpa.
Repito em nota mental, há que não cometer os mesmo erros. Mesmo que a genética e a psicologia lá estejam.

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