sexta-feira, 19 de março de 2010

Um poema que nunca escrevi

Lembras-te do poema
Que nunca escrevi?
Aquele simétrico
E aritmético,
Sem rima,
Nem versos?

Lembras-te das palavras
Imaginadas
Que se perderam em memórias
De cetim velho?
E dos silêncios entoados
A uma, duas, três vozes;
Incontáveis vozes,
De deuses ausentes?

Já não sou poeta
Porque nunca o fui.

[e tenho-te dito]





6’Janeiro’2009 [já não escrevo poesia há um ano, dois meses e treze dias]

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