segunda-feira, 29 de março de 2010

Cartas

Já ninguém sabe escrever cartas. Dá trabalho procurar uma folha perfeita, descobrir uma caneta e desfiar palavras, frases, parágrafos. As cartas não têm correcção ortográfica automática nem basta clicar no 'delete' para apagar uma ideia menos genial e deixar, de novo, a folha imaculada.


Dá trabalho. Sempre deu. Mas hoje, os computadores, os telemóveis, a internet, são mais rápidos, práticos e bonitinhos. Malditas coisas que estão a substituir um dos meus maiores prazeres. Fosse eu um génio da informática e, pelo menos por um dia, bloqueava todas as contas de e-mail, o skype e o messenger, as redes sociais, os cabos e satélites e fibra óptica e antenas, tudo, tudo, tudo, que fosse imprescindível para a comunicação. Pode parecer infantil, mas eu tenho saudades de uma carta. Não querendo ser demasiado demodé, que não sou e que uso demais a internet e o telemóvel, preciso de um carta, daquele toque do papel, da caligrafia legível ou ilegível, consoante o remetente. Já nem falo em cartas de amor, que são as melhores mas é raro encontrar um homem que as escreva. Aquelas cartas boas dos amigos, longas, importantes, didáticas ou engraçadas. Os postais. As grandes declarações.



Hoje vou ler as minhas cartas. Porque ainda sou de outro tempo e tenho (tive) amigos que partilham comigo esta necessidade. E adivinha-se serão, porque são imensas.


1 comentário:

medeixagozar@ disse...

Boas leituras para esse serão... Concordo contigo na beleza que é a carta, ao contrário de todos os meios tecnologicos...

Beijoca,
http://medeixagozar.blogspot.com/