terça-feira, 16 de março de 2010

Um café, sff

Quero um café, se faz favor.


E vem-me um vício recente, quente, escuro, líquido, uma real poção magica, talvez obscura, quem sabe milagrosa. Aqueço as mãos. Antes de mais, aqueço de novo as mãos. E mais uma vez. E desenho círculos imperfeitos com a colher. Não me sabe bem. É estranho. É sempre assim. Mas é bom. Não tão bom como algo verdadeiramente bom. É bom o quanto me baste e me reconforte o âmago. E me deixe desperta e letárgica. E quem sabe me seja imprescindível para continuar um raciocínio que voou. Quero um café. Quente. Pelo prazer de mexer com a colher e de misturar os pequenos grãos de açúcar, poucos, suficientes. Pela possibilidade de me entreter enquanto olho os outros e lhes imagino a vida. Invejo-os. Ou talvez não. Quero um café para partilhar uma história, uma conversa. Ou para ficar em silêncio.

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