domingo, 13 de junho de 2010


Eu admiro as pessoas que vivem sozinhas. Ou são muito corajosas e independentes ou muito parvas. Não há vontade para cozinhar grandes pratos sozinha (eu sou incapaz de jantar leite com cereais, no minimo uma sopinha e fruta), não há vontade para ver séries e filmes sozinha, não há ninguém para falar desenfreadamente, alguém que nos possa socorrer se nos engasgarmos ou levar-nos ao hospital. Pode-se ficar a agoniar durante horas, morrer e só darão por isto um ou dois dias depois. É horrível. Não fossem os telemóveis e a internet e seria uma tragédia. Eu falo por mim, que não vivendo sozinha mas encontrando-me deslocada por questões laborais, e por partilhar os meus aposentos com uma amiga que também faz turnos, me vejo obrigada a passar agradáveis serões sozinha. E eu até gosto de estar comigo mesma, mas a civilização sabe-me bem.

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