segunda-feira, 24 de maio de 2010

O livro da Sophia constitui uma prova de que fomos real. De que me adivinhavas e de que me lias como ninguém E contigo sempre fui sincera. Quando me perguntaste se já tinha andado para a frente com o livro, lembrei-me da tua outra pergunta. [O que te vês a fazer aos cinquenta anos?] Do alto dos meus vinte anos, quando ainda sonhava demais e pensava que haviam mais pessoas como tu, disse-te que me via a escrever ininterruptamente num lugar à beira-mar. Tu sorriste. Hoje já não sei. E isso custa à séria. Portanto, é melhor mentir-te para que não te desiludas comigo. Mais do que o que já te desiludiste. Para que ainda me vejas como a miúda de caracóis espontânea que nos primeiros dias de estágio juntos, achaste logo que podias confiar. Para que me voltes a contar os segredos das árvores e as tuas conquistas amorosas. Para que adivinhes que gosto de chocolate quente e acertes com os meus gostos musicais. Os amigos são para isso.

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