terça-feira, 13 de novembro de 2012

Do viver sozinha

Viver ou estar sozinho tem muitas vantagens, apesar de tudo. Eu acho que todas as pessoas deviam passar pela experiência de viverem sozinhas, algum tempo (e aqui o algum é demasiado relativo, portanto, não me alongo sobre ele). Deviam conhecer-se na ausência e na presença, na solidão e na abundância, nos dias e nas noites. Deviam aprender a viver por si, a fazer tudo por si, a crescer por si, a responsabilizar-se por si. Não aprendem só a valorizar os outros, como a valorizar-se a si mesmas. Aprendem que se desarrumarem, têm de ser elas a arrumar (regra importantíssima para poderem, depois, co-habitar novamente com alguém) e isto não é valido apenas para as coisas. É válido para tudo. Tem-se noção dos gastos, aprende-se a gerir tempo e vive-se de acordo com os horários de cada um. Abre-se a porta e não há ninguém para ouvir como foi a nossa batalha lá fora. Mas há uma aparelhagem de música ou um computador para nos encher a casa com bons sons. Não se tem a comida pronta ou a roupa lavada, mas pode-se comer o que se quiser e a que horas quiser. Pode-se sair para ir jantar fora e regressar ao nascer do dia, sem ninguém que controle. Pode-se ter sempre tudo à nossa maneira, do nosso jeito. 

Este texto pode ser meramente uma "nota mental", para quando me canso de mim mesma nos meus serões, sozinha. Apesar de eu valorizar muito o meu espaço e de não me cansar tão facilmente.

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