quinta-feira, 25 de novembro de 2010

(Chamar a) Música

Quando tinha aí uns 6/7 anos, ouvia Xutos e Pontapés. Houve um tempo que ouvi Britney Spears, Backstreetboys, Anjos. Dançava e cantava loucamente cada refrão. Tinha uns 12 ou 13 anos. Não me importava que no futuro pudesse ser parolo. É. Mas interessavam-me aqueles momentos, a compra e a excitação de um cd novo, as horas a ouvir, a dançar, a sonhar, a lamentar. Depois, aos 15, quis ser rebelde. Eram os Limp Biskit, os Linkin Park. Depois veio a onde depressiva com os Evanescence. Mais ou menos ao mesmo tempo, a paranóia com o Robbie Williams. Depois dei um pulo e percebi que a Mtv não era o melhor veículo de informação musical. Começei a pesquisar, a debater, a partilhar. Chego ao ponto de, neste momento, partilhar imenso com o meu irmão, individuo com menos sete anos do que eu, imberbe adolescente que ainda me dá beijinhos e que já tem um gosto para a musica do caraças.
Ao longo de tanto tempo, percebo que os clássicos serão sempre os clássicos, como os Beatles, os Nirvana, o Rui Veloso, o Vinicius, o Caetano Veloso, a Mafalda Veiga, a Amália Rodrigues, os Dire Straits, os Rolling Stones, os Guns'n'roses. São discografias boas, intensas, letras com alma, sem os excessos do marketing, vozes sublimes. E que os Muse, os Coldplay, os Oasis, os U2 podem ser imortais se não se renderem demasiado ao comercial. É isso que estraga e estragou muitas bandas e artistas promissores: renderem-se ao comercial. E o comercial não é (só) o que passa na Mtv ou na rádio. O comercial é tudo o que é para agradar a massas, é só melodia sem Música. Irrita-me a Lady Gaga, o Justin Bieber. Irrita-me porque me dei ao trabalho de analisar o produto e só vejo embrulho sem presente. Mas isso sou eu, a esquisita.

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