sábado, 7 de agosto de 2010

É um dia de inverno


Tu gritas para que olhe à direita que está sol. Mas eu devolvo-te o olhar sem obrigação, porque a nada me obrigas que não seja sobreviver. Do meu lado também está sol. Sabias? Mas estamos no inverno. E num inverno com letra minuscula porque o novo acordo ortográfico assim o dita.

Que interessam as regras gramaticais se me apetece que seja verão e é inverno? Porque não partilhas do teu verão comigo? Um pouco de luz quente que me esconda da metafísica. Sim sim, eu sou a metafísica que o Fernando escreve. Mas sou mais ainda mais uma metáfora. Tu é que não percebes nada. Tu estás no verão e eu no inverno, já viste que diferença rotacional?

Tu só sabes discutir assuntos que não transcendem as frivolidades. Cansa-me a tua ignorância. Tu não vês que estamos em planos diferentes? Mas fazia-te bem a metafísica. Só precisavas de crescer, ou de mudar de estação. Cansa-me a vida, de vez em quando, porque me cansa a superficialidade. Que estações estas. E que pessoas, estas. Cansa-me. Tudo.

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