Eu não gosto de chegar a um determinado sítio, onde está reunido um conjunto de pessoas, e ter de cumprimentar toda a gente. Beijinhos aqui e ali, e mais não sei onde e a paciência a esgotar-se. É uma perda de tempo, principalmente com pessoas que até se cruzam comigo várias vezes e/ou não são amigos.
Não gosto. Não gosto de andar a esticar-me toda para chegar à pessoa mais do fundo; nem de ficar lambuzada com as pessoas que espectam, literalmente, uma beijoca gordurosa da face. Qual é o objectivo? Não posso simplesmente chegar e dizer : "Ei, tudo bem? Beijinhos a todos" e sento-me. Pronto, assunto resolvido. Vai dar ao mesmo porque a hipocrisia é, quase sempre, a mesma. Às pessoas realmente especiais é bom dar um abraço demorado. Às pessoas que estão longe e raramente estamos juntas, é bom cumprimentar. É bom dizer "que crescida (0) estás"; "estás bonito (a)"; "tive saudades".
Penso que esta alergia vem dos tempos de miuda, nas grandes reuniões familiares em natais e páscoas, onde havia para aí umas trinta pessoas e o cumprimento prolongava-se à chegada e à partida. Não havia direito, eu só queria os meus primos para brincar, não queria cumprimentar meio mundo.
Às vezes a minha atitude pode parecer de antipatia. Não é. Simplesmente não concordo com essa convenção universal. E está tudo dito.
1 comentário:
Concordo contigo. Acho que profissionalmente não temos de andar aos beijinhos. Que seca!
Beijo é intimidade, não é convenção social.
Lembro-me de não gostar de beijos de pessoas estranhas quando era pequena.
Não gostava nada que me agarrassem, apertassem.
Curioso, tenho uma tia com quem ainda hoje tenho uma relação 'tensa', sinto que não posso confiar nela, que é falsa, má.
Quando eu era pequena a maioria da minha família vivia no Alentejo, só os via uma vez por ano, nas férias. E essa tia baptizou-me de 'lisboeta bruta' por eu não gostar de beijos. E eu dizia aos meus pais que não queria beijar aquela tia porque não a conhecia...
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