domingo, 30 de março de 2008

24'

Perco-me pelas palavras e pelos silêncios, sempre de mãos dadas contigo. Perco-me pelos lugares que inventamos e pelos momentos perfeitos.
Roubas-me a incerteza e o medo, num abraço que me inspira. E afagas-me num beijo, o que tenho para te dizer, atenuando tudo, com a leveza de quem é feliz.


Toda a cumplicidade, os sorrisos, o afecto, as brincadeiras, atados em nós num fio branco de entendimento que me desarma. Tudo o que já podemos contar e o que se inicia. Tudo aquilo que sou e o que tu és, numa sintonia que temos aprendido a guardar.
Guarda então tudo aquilo que somos, com cuidado. Não nos percas.
Ad'te*

quinta-feira, 20 de março de 2008

Apocalipse


Se não fosse egoísta, hoje nem ligava o computador. Ou então ligava a net ao portátil, que gasta menos energia. Se estivesse equilibrada, fazia qualquer coisa para avisar o mundo que a porcaria do petróleo se vai esgotar, que o CO2 da atmosfera vai cruzar o ponto crítico dos 550 ppm nos próximos tempos e que a nossa extinção deve acontecer por volta de 2050.
E se pudesse, fazia um desenho para que toda a gente percebesse que ainda vamos a tempo de atenuar tudo. Ou então, que tudo é demasiado efémero para basearem a existência em coisas tão más.

Espero-Te então, como nunca me dera ao trabalho de o fazer. Espero que reescrevas na minha mão, a continuação de uma história, com todas as certezas e mais algumas. E que leves de mim todas essas coisas más, num abraço sôfrego de mimos, como só tu o sabes fazer.