domingo, 4 de dezembro de 2011

Das minhas noites

que começam às 9h da manhã. Como hoje. Gosto da sensação de chegar a casa quando toda a gente está a sair. Gosto de ver nascer o sol no hospital, na janela específica onde assisto em primeira fila. Gosto de me deitar após um banho bem quente, de sentir o cansaço a turvar-me a consciência, de pensar que estou a adormecer rapidamente. Ou de quando vou a conduzir até à minha real casa, de antecipar os abraços que vou dar aos que me são queridos, de pensar que após um almoço saboroso preparado pela avó vou dormir toda a tarde.
Nós, os freaks, que fazemos turnos, que não temos fins-de-semana certos, que temos de optar por ficar de folga no Natal ou na passagem de ano, que temos folga quando mais ninguém tem, também temos de ter alguma vantagem. E a única vantagem que tiro das noites é quando o relógio marca as 8h para passarmos o turno. Aí, apesar do cansaço, da dislexia, da hipoactividade, sou outra. Aí esqueço o quanto me custou sair de casa, enfrentar o frio e o sono, fardar-me num espaço gelado, enfrentar os corredores desertos e os utentes desorientados. 

1 comentário:

Marta Pinto de Miranda disse...

Palavras bonitas em português, apesar do cansaço, denota-se a paixão pela profissão e a sabedoria na sintaxe! mto boa inspiração!

aproveito para a convidar para o passatempo a decorrer no meu blog: estou a sortear uma carteira da Guess! participe! ;)

um beijinho,
marta
fashionmarketslove.blogspot.com