terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Faz-me confusão

apagar uma por uma cada mensagem do meu antigo e velhinho telemóvel. E são umas 800 e tal. Não são mensagens simples. São o resumo de alguns anos. Talvez dos meus melhores anos. São palavras bonitas que os outros me enviaram. Muitos deles já nem os conheço. Mas o que importa isso? É uma falta de oxigénio na memória que se me dá. Como se eu estivesse a perder todas as provas que me fizeram feliz. Dá-me saudades dos amigos, das antigas paixões, do namorado. Foram momentos que não voltam mais mas, mais importante, momentos que vão ficar perdidos para sempre. Talvez seja uma libertação. Uma pessoa deve viver o presente. Mas eu gosto muito das minhas memórias, das minhas pessoas, dos meus momentos. Porque em tudo o que aconteceu, eu fui eu, sem margem para arrogâncias, para mentiras ou arrependimentos. Porque eu tenho medo de me desorientar e perder tudo o que guardo. E porque é impossível lembrar tudo e a memória do telemóvel é mais uma preciosa ajudar, a adicionar à do computador.

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