[Eu sempre gostei de Lisboa]
Quando lá queria viver, desejava-o com toda a intensidade. Hoje já não quero. Não quero que a minha visão de felicidade se esbata contra os problemas reais de uma cidade. Portanto, prefiro lá ir, de vez em quando, e sentir que não há céu azul como o de Lisboa, nem aquele brilho, aquela luminosidade. Não há rio como o Tejo. Nem as lezírias ribatejanas que antecedem o estuário.
Não me venham com coisas. Não gosto do Douro. Nunca me chamou à atenção. Não posso crer que considerem bonito, escarpas e montes cobertos de videiras, em detrimento das lezírias a perder de vista, com cavalos e quintas solarengas. Não consigo.
Lisboa é arte, bons restaurantes, inumeras salas de teatro e de cinema, exposições. E rio e Parque das Nações, Chiado, Bairro Alto, Docas, Torre de Belém. E tudo aquilo que (ainda) não conheço.
Hoje quero Lisboa. E quero o Oceanário só para mim, onde me perca pelo azul e pelas palavras de Sophia. Quero uma esplanada à beira Tejo com um sol quente. Quero ouvir dizer "ténis" em vez de sapatilhas e "pastilha elástica" em vez de "chicla". Quero!
[Eu sempre gostei de Lisboa]
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