Eu adorei o Django, do Tarantino. Gostei mesmo. Uma realidade devastadora contada de forma recambulesca e que culmina com a ascensão de um herói improvável, num final, surpreendentemente, feliz. Nunca fui fã de finais felizes, género contos de fadas com "felizes para sempre". Mas este final foi delicioso. Por outro lado, quase que adormeci com o Lincoln do Spielberg. E o facto de o filme ser um bocadinho enfadonho, contando uma história real, faz dele, provavelmente, o vencedor dos Óscares de 2013. E isto chateia-me. Não me tira o sono mas desconforta-me. Tudo bem que é uma história comovente mas eram precisas duas horas e vinte minutos para contar aquilo? Não eram. Fez-me aprender? Fez, claro. Fez-me admirar um presidente que mal conhecia e ir pesquisar sobre a guerra civil americana? Claro que sim. Mas isto não foi uma história inédita. O guião estava escrito há mais de um século, um guião verdadeiro. Tinha diálogos brilhantes? Pois tinha. Mas o Django, na minha opinião, tinha melhores.
E a verdadeira chatice é que isto é um repeat de 2011, em que venceu o Discurso do Rei, quando havia um filme verdadeiramente alucinante e delicioso: o Inception. Portanto, é mais do mesmo. Aliás, isto é sempre a mesma coisa. Pessoas do cinema: peguem numa história de um herói verdadeiro, género Vasco da Gama e façam um filme um bocadinho longo e um bocadinho chato. É a receita para ganharem um Óscar.
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