No teu deserto fui palavras de sangue. Fui leveza e doçura e arrogância.
No teu deserto houve sempre tudo, dentro do nada. E quanto mais inóspito e sombrio te eras, mais me pedias a claridade de um novo mundo.
Pergunto-me se te encontras todos os dias, dentro desse vazio árido. Se ainda aspiras a essa irrealidade etérea da perfeição. Ou se simplesmente te tornaste como todos os outros, um nómada que se acomodou na rotina e nas convenções sociais. Não te desistas. De todas as promessas que alguma vez teci, pretendo manter, acima de tudo essa: Antes o meu deserto gélido mas dourado do que a rendição a um mundo vazio onde tudo é igual e onde as pessoas agem de forma estereotipada.
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